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Cultura e Sociedade

Exposição na Galeria de Artes propõe reflexões sobre o presente e o cotidiano

A mostra é assinada por Renata e Simone Höfling e compreende fotografias, gravura e colagens em objetos que dialogam entre si

A exposição fica em cartaz até 5 de setembro, com visitas de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h (exceto feriados)
A exposição fica em cartaz até 5 de setembro, com visitas de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h (exceto feriados)

“A gente está em um presente que se prolonga demais. É como se o próximo capítulo nunca chegasse.” A reflexão de Renata Zangelmi permeia a exposição Tramas do Tempo — Dois Olhares sobre o Presente, em cartaz na Galeria de Arte do Instituto de Artes (Gaia), na Unicamp. Assinada por Zangelmi e Simone Höfling, a mostra, por meio de fotografias, gravuras, colagens e objetos que dialogam entre si, propõe um mergulho nos modos como o tempo se manifesta no cotidiano, às vezes de forma estática, outras de forma repetitiva. A exposição fica em cartaz até 5 de setembro, com visitas de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h (exceto feriados). A Gaia está localizada no piso térreo da Biblioteca Central Cesar Lattes (BCCL).

As obras de Zangelmi partem de registros urbanos feitos em Havana (Cuba) para abordar um presente tensionado, marcado pela estagnação e pela falta de perspectiva. As imagens foram produzidas durante uma vivência no grupo de pesquisa em arte pública, realizado em 2023, sob coordenação da atual pró-reitora de Extensão, Esporte e Cultura, Sylvia Furegatti. “Trago uma experiência coletiva, muito voltada para as tensões da cena urbana. Trata-se de um passado que ficou distante e de um presente que parece interminável”, explicou a artista, destacando ainda que suas obras revelam camadas simbólicas da história cubana, desde a dominação espanhola até a influência americana, visíveis nas cores e nas texturas das paredes descascadas que fotografa.

Renata Zangelmi (camisa branca) e Simone Höfling, com o coordenador da Gaia, professor Sérgio Niculitcheff
Renata Zangelmi (camisa branca) e Simone Höfling, com o coordenador da Gaia, professor Sérgio Niculitcheff

Já Höfling apresenta um olhar mais íntimo, voltado à experiência cotidiana e à repetição dos dias. “Eu falo do tempo e do presente também, mas é um olhar para o conforto da repetição, para os dias que se repetem. É uma zona de conforto, mas que também pode aprisionar.” Suas obras partem de imagens encontradas em vídeos ou acervos pessoais, buscando cenas que normalmente não ganham destaque. “Esses fragmentos ficam impregnados nas casas, nos móveis, nos objetos. A história da gente está nesses detalhes.”

As artistas se conheceram em janeiro deste ano, durante uma apresentação de pesquisa. Desde então, passaram a identificar pontos de encontro entre suas obras, como o uso da fotografia na qualidade de ponto de partida e a presença recorrente de personagens anônimos que se repetem em diferentes superfícies.

Entre os destaques da mostra está a instalação feita com 365 cartões de ponto, dispostos como um calendário. “Cada cartão representa 30 dias. Então, dentro da estrutura de um dia, há uma condensação do tempo”, explicou Höfling. A artista também apresenta trabalhos nos quais usa réguas de costura, discutindo o tempo, o espaço e os moldes que condicionam os corpos. “O nome da série é ‘Desmolde-se’ e fala justamente sobre romper com esses moldes.”

A exposição viu-se selecionada por meio de uma chamada pública do Conselho Gaia Unicamp 2025–2026. Segundo Sérgio Niculitcheff, coordenador da galeria e professor do Instituto de Artes (IA), o que mais chamou atenção na proposta foi a diversidade de técnicas e a forma como as obras se misturam. “Os trabalhos se integram tão bem que, às vezes, não dá para saber o que é de uma e o que é de outra. Isso mostra uma afinidade muito bonita entre elas”, comentou.

Para outras informações, ligue para (19) 3521-6561 ou escreva para o e-mail gaia@unicamp.br.

Matéria publicada originalmente no site da Pró-Reitoria de Extensão, Esporte e Cultura.

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