A arte do improviso, da criatividade e da superação tem ganhado novos espaços: hoje, ela vai além das lonas e dos palcos. Está presente em projetos sociais, em ações de solidariedade e, principalmente, dentro das escolas. Isso porque o circo, com toda sua riqueza cultural, oferece aprendizados que vão muito além da técnica. Ele ensina valores, desenvolve o corpo e a mente e convida crianças e jovens a explorar novas formas de se expressar.
Foi com essa visão que a Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp, em parceria com o projeto Circus e com algumas escolas do estado de São Paulo, criou um método para levar a arte circense para dentro do ambiente escolar. A proposta pode acontecer tanto como atividade curricular quanto extracurricular, sempre respeitando as possibilidades de cada escola — seja com tempo reduzido ou com espaço limitado.
Assista ao programa Vida em Pesquisa:
Gilson Rodrigues dos Santos, que participou ativamente do desenvolvimento da metodologia e é egresso da FEF, conta que foram mais de cinco anos de pesquisa e dedicação. Um dos parceiros do estudo foi uma escola privada de Santana de Parnaíba. “A presença do circo nas escolas tem se mostrado uma riquíssima oportunidade pedagógica. Alunos têm contato com uma cultura artística diversa, que valoriza o corpo, a emoção, o improviso e a imaginação. Além disso, todos aprendem formas diferentes de comunicação”, destaca o pesquisador.
Para os educadores, o projeto também trouxe um novo olhar sobre o processo de ensino-aprendizagem, tornando-o mais humano, sensível e inclusivo. “É um processo construído dia a dia, com escolhas conscientes — tanto dos professores quanto dos alunos. Eles se desafiam, aprendem a lidar com frustrações, exercitam a resiliência e, acima de tudo, se entregam à experiência com rigor e entusiasmo”, conta a diretora da unidade, Cláudia Siqueira.
“Hoje, o projeto representa muito mais do que um trabalho artístico. É uma forma poética de simbolizar a vida, sentir o pulsar das emoções e crescer em propósito. Uma verdadeira linha do tempo marcada por saltos, giros e conquistas — da evolução corporal à utopia de transformar o mundo pela arte”, finaliza Santos.