
Mestre da xilogravura e ilustrador, o paraibano Ciro Fernandes, 83 anos, ganhou um documentário, produzido por Cláudia Rangel, aluna do Instituto de Artes (IA) da Unicamp, sob orientação do professor Alfredo Suppia, do PPG Multimeios. Conhecido por sua habilidade de transformar madeira em poesia, capturando a essência do sertão nordestino em suas cores e formas, o artista plástico construiu uma carreira de mais de meio século.
Para as filmagens, Rangel contou com a ajuda de Bruno Fernandes, produtor cultural e filho do artista. Os encontros ocorreram no Rio de Janeiro, onde Ciro Fernandes mora e mantém um ateliê frequentemente visitado por admiradores.
O documentário de 27 minutos apresenta histórias que inspiraram o artista, além das técnicas utilizadas em seus trabalhos. O mestre da xilogravura mescla vários recursos para criar obras de arte únicas. “O Ciro é bem tímido, mas, como eu deixava a câmera gravando, ele se soltou. E, nesses encontros, ele se lembrou de histórias de que nem a família sabia. Foi muito especial fazer esse documentário com o mestre”, conta Cláudia Rangel.
Durante as filmagens, Ciro Fernandes revelou algumas das memórias que moldaram sua trajetória. Com mais de 50 anos de profissão, o xilogravurista continua a celebrar sua conexão com a tradição do cordel, inspirado por sua mãe, que recitava poesia populares para as crianças. “Ela era a única que sabia ler. Então o pessoal gostava de ouvir.”
Atualmente, Ciro Fernandes mantém uma presença ativa nas redes sociais, reunindo admiradores de todas as idades. O xilogravurista já conquistou diversos prêmios ao longo de sua carreira, incluindo ter uma obra sua retratada na capa do DVD comemorativo dos 20 anos de carreira de Zé Ramalho.
Ele também guarda uma dedicatória especial que recebeu de Carlos Drummond de Andrade, deixando evidente o impacto provocado por sua arte. O documentário não apenas explora a vida e obra de Ciro Fernandes, mas também destaca a importância da xilogravura como forma de expressão cultural.
Para concluir as homenagens, Rangel esculpiu uma xilogravura com a imagem de Ciro Fernandes. Nesse gesto de carinho, ofereceu ao artista o esboço, um fragmento de sua admiração eternizado em papel. O documentário será lançado no dia 18 de junho no MAM, Rio de Janeiro..
Confira os detalhes na reportagem completa e descubra como o artista continua a esculpir poesia em madeira, eternizando a beleza do sertão e a tradição do cordel.
Assista ao vídeo produzido pela Secretaria Executiva de Comunicação: