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Atualidades Cultura e Sociedade

Unicamp faz história com participação destacada nas Paralimpíadas

Há mais de 20 profissionais, entre docentes, pesquisadores, estudantes e ex-alunos da Universidade, desempenhando várias funções nos comitê internacional e brasileiro

Em 1990, a FEF criou o pioneiro Departamento de Estudos da Atividade Física Adaptada (Deafa), o primeiro do tipo nas Américas
Em 1990, a FEF criou o pioneiro Departamento de Estudos da Atividade Física Adaptada (Deafa), o primeiro do tipo nas Américas

O projeto de extensão Esgrima em Cadeira de Rodas, da Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp, colocou dois atletas nas Paraolimpíadas de Paris 2024. Os esgrimistas Rayssa V. C. Vera, ex-aluna da FEF, e Lenilson T. Oliveira, que veio para a Unicamp em busca de um esporte adaptado, compõem a delegação brasileira de esgrima de cadeira de rodas.

Além dos atletas, há mais de 20 profissionais, entre docentes, pesquisadores, estudantes e ex-alunos da Unicamp, desempenhando várias funções no Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) e no Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). A trajetória que culminou nessa participação de destaque começou há mais de três décadas, quando a FEF passou a oferecer disciplinas voltadas para esportes adaptados. Em 1990, a faculdade criou o pioneiro Departamento de Estudos da Atividade Física Adaptada (Deafa), o primeiro do tipo nas Américas.

“Tivemos projetos de natação, de atletismo, de bocha, de handebol [adaptados]. Só para você ter uma ideia, nas Paralimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, e depois em Tóquio, em 2020, a base da seleção brasileira de rúgbi em cadeira de rodas era o time da Unicamp. Sério! Dos 15 jogadores convocados, nove eram nossos. Essas pessoas começaram no projeto de extensão”, contou Edison Duarte, professor da FEF e um dos pioneiros da unidade no trabalho com as atividades físicas adaptadas. “Nós iniciamos as atividades em 1987, com um projeto de extensão para pessoas com deficiência. No começo, eram cinco pessoas em cadeira de rodas aqui”, lembrou.

Segundo ele, a esgrima em cadeiras de rodas brasileira também nasceu na Unicamp. “O professor Valber [Valber Nazareth, instrutor de esgrima da Academia das Forças Aéreas] falou: ‘Olha, Edison, nós não temos aqui no Brasil esgrima em cadeira de rodas. Há uma atleta brasileira que joga pelo Brasil. Ela mora nos Estados Unidos, mas no Brasil nós não temos nada’. Eu falei: ‘Bom, então vamos começar!’. Aí nós começamos a esgrima em cadeira de rodas”, contou. “Hoje, nós contamos com 200 esgrimistas no país, medalha de ouro em Londres, medalha de prata em Tóquio. E isso nasceu com o trabalho aqui na Universidade.”

O professor da FEF Edison Duarte, um dos pioneiros da unidade no trabalho com as atividades físicas adaptadas: início das atividades em 1987
O professor da FEF Edison Duarte, um dos pioneiros no trabalho com as atividades físicas adaptadas: início das atividades em 1987

Para o pró-reitor de Extensão, Esporte e Cultura (Proeec), Fernando Coelho, a atuação da Unicamp nas Paralimpíadas é motivo de orgulho e uma afirmação do papel da extensão universitária. “Todo esse trabalho tem como principal característica conversar com a comunidade, entender as dificuldades, fazer inclusão. Isso é fundamental. Eu fico realmente muito contente e muito orgulhoso de a Universidade ter dado uma contribuição dessa natureza para algo que é muito relevante.”

Conforme destacou Renato Barroso, diretor de Esportes da Proeec, a FEF é a única faculdade de educação física no país com uma área específica, na pós-graduação, dedicada a estudar pessoas com deficiência. “Isso tem trazido frutos para o Brasil, porque a grande maioria das pessoas que trabalha no comitê paralímpico brasileiro vem do nosso programa. Temos contribuído para a capacitação dos treinadores e a melhora da ciência que há por trás dos treinamentos”, afirmou.

Do ponto de vista dos estudantes, a atuação da FEF nos esportes adaptados abre novas possibilidades de trabalho, além de um aprendizado vasto sobre a relação com o outro e com sua própria formação.

Neste semestre, a FEF ofereceu cinco modalidades de cursos de extensão para pessoas com deficiência
Neste semestre, a FEF ofereceu cinco modalidades de cursos de extensão para pessoas com deficiência

“Antes de você pensar no que vai estudar ou em que vai trabalhar, a gente experimenta o convívio com as pessoas com deficiência, exercendo uma atividade funcional, que é uma atividade comum a todos. Isso já vai trazendo uma aproximação com a área. A gente tem a oportunidade de vivenciar, dentro da faculdade, nas disciplinas e na extensão, o esporte adaptado e essa modalidade em alto rendimento, que é o esporte paralímpico. É como uma lupa mesmo, mostrando as possibilidades dentro disso”, afirmou Thalia Gonçalves Santos, doutoranda da FEF na área de atividade física adaptada.

Santos conta como nos projetos de extensão os estudantes atuam como monitores e professores, sob supervisão de um docente, tendo contato direto com as pessoas que vão realizar as atividades adaptadas e as primeiras experiências práticas em docência.

Neste semestre, a FEF ofereceu, em cinco modalidades, cursos de extensão em esportes adaptados para pessoas com deficiência (PCD): handebol em cadeira de rodas, parabadminton, bocha paralímpica e natação paralímpica. Os cursos são oferecidos semestralmente durante as férias e acontecem no ginásio da faculdade.

Além dos cursos, a FEF promove eventos e campeonatos voltados a pessoas com deficiência. Dentre eles, o Festival de Esportes Adaptados (Adapta FEF), no qual escolas da região de Campinas que têm crianças com deficiência são convidadas a vivenciar atividades como ginástica, bocha, atletismo e natação. Entre os dias 7 e 10 de novembro, a FEF receberá mais de 300 atletas paraesgrimistas, incluindo esgrima convencional e esgrima de cadeira de rodas.

Além dos cursos, a FEF promove eventos e campeonatos voltados a pessoas com deficiência
Além dos cursos, a FEF promove eventos e campeonatos voltados a pessoas com deficiência

Confira abaixo os nomes e as funções dos atletas e profissionais que fazem parte da Unicamp ou que já passaram pela Unicamp e que estão nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024.

Atletas

Rayssa V. C. Vera – esgrima de cadeira de rodas

Lenilson T. Oliveira – esgrima de cadeira de rodas

Comitê Paralímpico Internacional (IPC)

Manuela Bailão – observadora para a organização dos Jogos Paralímpicos de Los Angeles 2028

Tatiane J. Miranda – auxiliar do diretor técnico de esportes geral do IPC

Mariana Gomes (docente do Deafa) – está, a convite do IPC, fazendo coleta de dados para sua pesquisa.

Jacqueline Patatas – gerente de alto desempenho da seleção de rúgbi em cadeira de rodas do Canadá

Participação no Comitê Paralímpico Brasileiro  (CPB)

Profissionais formados pela FEF

Jonas Freire – chefe de missão e diretor técnico do CPB

João Paulo Casteleti  – subchefe de missão e coordenador de classificação do CPB

Ricardo S. Melo – subchefe de missão

Marilia Silva – fisioterapeuta do CPB

Samuel Silva – cientista do esporte do CPB

Thiago Lourenco – cientista do esporte (atletismo)

Alex Sabino – treinador (atletismo)

Fabio Silva – treinador (atletismo)

Danilo Morales – assistente de coordenação (atletismo)

Luis Gustavo Santos – coordenador de modalidade (paracanoagem)

Leonardo Maiola – coordenador de modalidade (natação)

Henrique Freitas – preparador físico (natação)

Augusto Barbosa – biomecânico (natação)

Alessandro Tosim – treinador (goalball feminino)

Felipe C. Campos – preparador físico (goalball feminino)

Ex-alunos da Faculdade de Ciências Médicas (FCM)

Hésojy Silva – médico-chefe do CPB

Andrea Miranda – médica da equipe de ciclismo

Mauro Meloni – fisioterapeuta da equipe de atletismo

Matéria publicada originalmente no site da Proeec.

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