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Cultura e Sociedade

Sociedade de Medicina cria título para homenagear professor Martins Filho

O ex-reitor da Unicamp já havia recebido o prêmio “Paes Leme”, a mais alta distinção da SMCC

Considerado uma das maiores autoridades brasileiras na área de pediatria e em medicina preventiva e social, o professor emérito e ex-reitor da Unicamp José Martins Filho acaba de receber uma homenagem inédita da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC).

A entidade – que está próxima de completar 100 anos, tendo sido fundada em 1º de dezembro de 1925 – decidiu criar o prêmio “Láurea Humanitas”, especialmente para reconhecer a contribuição de Martins nesta área. Em 2011, Martins já havia recebido o prêmio “Paes Leme” – a mais alta distinção da SMCC. A entrega do “Láurea Humanitas” aconteceu nesta sexta-feira (16).

 “Estou emocionado até agora com essa homenagem”, disse o professor, que, em setembro, completa 81 anos. “Fiquei impressionado, muito agradecido aos amigos e às pessoas que trabalharam comigo e que também merecem reconhecimento”, acrescentou. “Nem consigo falar direito sobre isso ainda, porque fico muito emocionado; muito sensibilizado mesmo, pois é uma coisa que demonstra respeito profissional e amizade”, avalia.

O médico José Martins Filho foi diretor da FCM e reitor da Unicamp e também recebeu o título de professor emérito
O médico José Martins Filho foi diretor da FCM e reitor da Unicamp e também recebeu o título de professor emérito

Martins começou sua trajetória profissional nos anos de 1960, na Faculdade de Medicina da USP, em Ribeirão Preto-SP. Ainda na residência, no entanto, decidiu se transferir para a Unicamp, atendendo a um convite do amigo Sérgio Arouca, médico sanitarista que se tornaria conhecido nacionalmente — mais tarde, Arouca presidiria a Fiocruz e chegaria a ser candidato a vice-presidente do Brasil. 

“O Arouca me chamou, e eu vim. Larguei a USP no meio da residência e vim para a Unicamp. O professor Zeferino [o fundador da Unicamp] me recebeu muito bem”, relembra. E foi na Unicamp que Martins construiu uma carreira produtiva.

Antes de iniciar sua trajetória no Brasil, porém, Martins trabalhou na Europa. Atuou no Hospital La FE, em Valência, Espanha; no Centro Internacional da Infância em Paris, França; e conheceu diversos serviços na Hungria. Essas experiências, disse ele, foram fundamentais para sua futura atuação no Brasil.

No ano de 1973, quando retornou ao país, Martins começou a trabalhar em Campinas no estímulo ao aleitamento materno e a divulgar a importância do convívio entre mãe e bebê, conceitos até então pouco disseminados na sociedade da época. “As crianças não devem ser terceirizadas. Elas precisam ficar perto das mães, da família, e, assim, temos a necessidade da licença maternidade”, ensinava. “E foi assim que comecei a trabalhar com isso; coisa que acabei fazendo por toda a minha vida”, disse.

Numa consequência natural, começou a escrever. No total, foram 13 livros publicados (o 14º está em fase de conclusão), todos eles sobre o universo materno infantil. “Como e Por que Amamentar” ou “Lidando com Crianças, Trabalhando com os Pais” são alguns dos títulos. Em 1996, Martins ganhou um prêmio Jabuti, além de ter sido presidente da Academia Brasileira de Pediatria (ABP).

“Lembrança honrosa”

Martins também é conhecido pela habilidade de administrador. Foi chefe do Departamento de Pediatria, vice-diretor e diretor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM). Em 1994, foi eleito reitor da Unicamp. Durante sua gestão, foi responsável pela construção do prédio da FCM e do CIPED, onde funciona parte da área de pesquisa da pediatria da universidade.

 “Para mim, foi uma experiência ótima. Na verdade, foi uma honra ter sido diretor da FCM e reitor da Unicamp. A Unicamp é uma lembrança muito honrosa em minha vida”, disse ele, que permanece em plena atividade, seja no CIPED, em seu consultório particular ou em palestras no Brasil e no exterior.

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