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Cultura e Sociedade

Estudantes do Instituto Confúcio participarão do Summer Camp na China

Ao longo de 20 dias, os selecionados participarão de atividades de imersão na língua e na cultura chinesas em visitas a Pequim, capital do país, e Chengdu, famosa pelos projetos de conservação dos pandas, animais símbolo do país asiático

No próximo dia 30 de junho, 12 estudantes do Instituto Confúcio na Unicamp embarcam rumo a mais uma edição do Summer Camp, programa de intercâmbio promovido pela Beijing Jiaotong University (BJTU) em parceria com o instituto. Ao longo de 20 dias, os selecionados participarão de atividades de imersão na língua e na cultura chinesas em visitas a Pequim, capital do país, e Chengdu, famosa pelos projetos de conservação dos pandas, animais símbolo do país asiático.

O diretor do Instituto Confúcio na Unicamp e professor do IE, Bruno de Conti: aumento da importância geopolítica da China
O diretor do Instituto Confúcio na Unicamp e professor do IE, Bruno de Conti: aumento da importância geopolítica da China

A programação prevê visitas a pontos turísticos, históricos e culturais, abordando diversos aspectos da China tradicional e contemporânea. E os estudantes terão aulas intensivas de mandarim, a língua oficial do país, de acordo com o nível de cada um, além de realizarem atividades culturais, como aulas de caligrafia, artes marciais, dança e outras manifestações tradicionais.

“Cerca de 10, 15 anos atrás, a China não era um destino procurado para intercâmbios e trocas acadêmicas. Hoje, com o grande desenvolvimento do país e com o aumento da importância geopolítica da China, ela se torna muito procurada”, avalia Bruno de Conti, professor do Instituto de Economia (IE) e diretor brasileiro do Instituto Confúcio na Unicamp. Ele comenta que, nos tempos atuais, pesquisadores da Universidade buscam instituições chinesas para realizar pesquisas principalmente nas áreas de humanidades, incluindo economia e ciências sociais. No entanto, entre os estudantes, há um perfil mais variado. “Percebemos que, muitas vezes, a participação no Summer Camp é o primeiro passo para que depois os alunos optem por um semestre acadêmico completo na China ou até para que busquem fazer um mestrado no país.”

Sediada em Pequim, a BJTU é uma universidade nacional administrada pelo Ministério da Educação chinês em parceria com a Corporação Ferroviária da China e o governo municipal de Pequim. A instituição conta com 15 escolas acadêmicas, três faculdades e acordos de cooperação com cerca de 200 universidades e empresas de mais de 40 países. Por meio da BJTU, o Instituto Confúcio foi estabelecido na Unicamp, na Universidade Católica de Leuven (Bélgica) e na Texas Southern University (Estados Unidos).

Estudantes selecionados

Nina Pupo Alves (à esquerda): aprender sempre mais
Nina Pupo Alves (à esquerda): aprender sempre mais

Entre os estudantes selecionados para o Summer Camp, há desde os novatos na língua e cultura chinesas, até os mais experientes. Nina Pupo Alves, aluna de design de moda da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), está entre os iniciantes. Ela acaba de concluir o primeiro semestre do curso de mandarim do Instituto Confúcio na Unicamp e conta que, graças ao apoio dos professores do instituto e muito estudo, conseguiu ser aprovada no exame de proficiência HSK 2, necessário para participar do intercâmbio. “Consegui a aprovação estando ainda no nível básico, o que é bem difícil”, comemora.

Alves conta que conheceu o Instituto Confúcio por meio de uma atividade promovida durante as aulas de design de moda, quando professoras do instituto apresentaram aos estudantes algumas das vestimentas tradicionais chinesas. “Fiquei encantada. As professoras foram muito simpáticas.” A partir daí, a estudante passou a frequentar atividades culturais, como aulas de kung fu, tai chi chuan, pa tuan chin, pintura e dança. Por meio desse contato, tomou a iniciativa de se matricular no curso de mandarim. “Fui muito bem recebida no Instituto Confúcio, criei um vínculo muito grande com as professoras. Elas nos fazem querer aprender sempre mais”, comenta.

Para Alves, o estudo do mandarim é um desafio, pois o sistema de escrita dele é muito diferente do sistema do português. “Cada palavra é representada por um ideograma. Então é preciso memorizar. Outra diferença é o fato de o mandarim ser uma língua tonal. A pronúncia deve ser muito correta.” Ela aguarda com ansiedade pela oportunidade de participar das atividades do Summer Camp, em especial da ida à Muralha da China e da visita aos pandas em Chengdu. Outra expectativa é conseguir pôr em prática o que já aprendeu no curso. “Falar com nossos professores em aula é uma coisa, mas falar com um nativo na própria China deve ser muito diferente”, reflete.

Eloise Cristina dos Santos: segunda oportunidade
Eloise Cristina dos Santos: segunda oportunidade

Já para Eloise Cristina dos Santos, essa será a segunda oportunidade de vivenciar a língua e a cultura chinesas in loco. Mestranda em engenharia e ciência do petróleo, Santos é aluna do Instituto Confúcio desde 2016, quando ainda cursava o Programa de Formação Interdisciplinar Superior (Profis) da Unicamp. Entre idas e vindas do curso, por conta das demandas da vida na graduação, hoje ela está no nível Intermediário I. “Decidi estudar mandarim por essa ser a língua mais falada no mundo e, nos últimos anos, a China tem crescido como potência econômica”, observa.

Em 2017, a estudante participou do Summer Camp e conta que foi uma experiência impressionante. “Nunca imaginei poder estar do outro lado do mundo, mas fui muito bem recebida. Viajar para a Ásia é, sem dúvida, uma experiência imersiva. A língua é completamente diferente e as pessoas são muito receptivas e gentis.” Na edição atual do evento, ela espera aplicar tudo o que aprendeu durante os últimos anos e testemunhar o quanto a China cresceu. “Passaram-se sete anos desde a primeira vez. Acredito que visitarei uma nova China. O país sempre surpreende com a tecnologia avançada, o gigantismo das cidades e os palácios milenares”, reflete.

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