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Atualidades

Ciência Enredo, de Peter Schulz, contará história das descobertas científicas na TV Unicamp

Atração estreia na quinta-feira (11) no YouTube com primeiro episódio sobre a aventura científica por trás da criação do termômetro

A aventura científica por trás da criação do termômetro é o tema do primeiro episódio do programa Ciência Enredo, do físico Peter Schulz, docente da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Unicamp. A atração estreia na quinta-feira (11/04/2024) no canal do YouTube da TV Unicamp. Com 20 minutos de duração, o Ciência Enredo será exibido mensalmente. 

Além de artigos em periódicos especializados em Física e Cienciometria, Peter Schulz vem se dedicando, nos últimos anos, à divulgação científica e ao estudo de aspectos da interdisciplinaridade. É também articulista do Jornal da Unicamp.

“Ao escrever, durante esses anos, fui sendo marcado pela percepção de que é um tanto insípido escrever ou falar de ciência sem puxar o enredo da história de cada descoberta. Ao mergulhar na história, percebe-se que cada descoberta é antecedida por uma longa e emocionante trajetória de outras descobertas, que aos poucos se juntam em algo que, por fim, se apresenta ao público”, escreveu o autor em texto de apresentação sobre o novo programa (leia abaixo). 

O primeiro episódio do Ciência Enredo contou com roteiro e apresentação de Peter Schulz, imagens e edição de Kleber Casablanca e direção de imagens de João Ricardo – Boi.

Ciência enredo

A ampliação de atividades de divulgação científica é sempre anunciada como necessária e oportuna, quando não urgente. A necessidade, a oportunidade e a urgência remontam, é preciso dizer, ao século XIX. Infelizmente, o espaço criado para a ciência na grande imprensa daquele tempo, que se ampliou ao longo de parte do século XX, minguou para o limite do quase desaparecimento. Por outro lado, hoje existem várias iniciativas em múltiplos canais, explorando tanto o tradicional formato de texto, quanto as plataformas digitais as mais variadas.  No quesito tradição que resiste, a inspiração é a revista Ciência Hoje, editada há mais de quatro décadas. Na ala das plataformas digitais, temos o fenômeno de alguns canais que se consolidam e de muitas “startups” que surgem e desaparecem. Parece um desfile um tanto caótico, e surge a pergunta de por que e como colocar mais um bloco na rua, ou melhor, mais um programa de TV na nuvem?

A ideia do ciência enredo surgiu sem nome, que, por fim, foi escolhido coletivamente. Uma ideia que amadureceu por quase um ano, após um gentil convite para realizá-la. Com isso, a urgência aludida não se manifestou proeminente. Mas a necessidade e a oportunidade formataram a ideia. Escrevo textos voltados à divulgação científica e artigos de opinião em torno da ciência há sete anos e, portanto, por que não aceitar o convite de ir para um programa de TV? Ao escrever, durante esses anos, fui sendo marcado pela percepção de que é um tanto insípido escrever ou falar de ciência sem puxar o enredo da história de cada descoberta. Ao mergulhar na história, percebe-se que cada descoberta é antecedida por uma longa e emocionante trajetória de outras descobertas, que, aos poucos, se juntam em algo que por fim se apresenta ao público. Em geral, o que se apresenta — como o termômetro do primeiro episódio — é um instrumento pronto que usamos naturalmente, que podemos comprar ou observar, um mero produto na prateleira do mercado da ciência. Mas a ciência não é um mero mercado. Cada produto seu é uma odisseia, que precisa ser relatada, pois é a essência do significado da ciência.  E, como esses relatos não são tão frequentes, eles se fazem oportunos, além de necessários.

Um programa mensal com seus 20 minutos de duração não é algo tão simples de se fazer, como pode parecer aos que assistem aos streamings quase diários de alguns canais no Youtube ou de podcasts. Eu apareço no vídeo, mas, nos bastidores, existe toda uma ala de colegas, uma estrutura que torna a apresentação do ciência-enredo possível. Estão lá nos créditos, que aparecem no fim de cada vídeo.

Levar adiante um programa desses cumpre de imediato uma função: o registro de algumas dessas aventuras da ciência em um formato e uma duração que não tomam tanto tempo nessa era de constantes acelerações. Outras funções talvez apareçam com a evolução do ciência-enredo, mas não é possível ainda antecipá-las, e a avaliação dos desfiles fica por conta dos jurados, no caso, o público que venha a assistir ao programa. Importante é não perder o prazer de pôr o bloco na rua, pensado com cuidado, evitando a sobre-exposição, que pode levar à audiência, mas prejudica a essência, lembrando sempre que, depois do desfile, nos damos conta de que um outro adereço ficou de fora. Hoje toca o apito para começar o ciência enredo. (Peter Schulz)

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