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domingo 07 dez
08:00
    Festival Ocre leva público para visita guiada gratuita na Unicamp; mural gigante instalado no HC é ponto de destaque do circuito artístico
    Festival Ocre leva público para visita guiada gratuita na Unicamp; mural gigante instalado no HC é ponto de destaque do circuito artístico de 2025
    O artista Fabiano Carriero pintando o muro do HC (Foto: site da Proeec)

    Campinas volta a vibrar com a arte urbana do Festival Ocre. Em sua segunda edição, o projeto cresceu: está mais abrangente, com obras espalhadas por diferentes regiões da cidade – incluindo uma intervenção no Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, que se tornou ponto de destaque do circuito artístico deste ano.

    A universidade integra o roteiro da visita guiada gratuita promovida pelo festival, que apresentará ao público as obras, seus artistas e as histórias por trás de cada criação.

    Ruas que contam histórias
    A edição de 2025 tem como tema “Ruas que Contam Histórias”. A partir dele, 16 artistas (seis a mais que no ano anterior) desenvolveram obras que narram diferentes trajetórias. “Tem artista que se inspirou na história do lugar, de um movimento, ou até na própria vivência”, explica Gislaine “Gim” Martins, artista muralista e idealizadora do projeto.

    Os artistas convidados, todos moradores da região, exploram diferentes linguagens da arte urbana: grafitti, muralismo, escultura, mobiliário urbano, lambe-lambe e stencil. “O festival se espalhou pela cidade”, conta Gim, citando os dez locais que receberam obras entre junho e setembro deste ano: Unicamp, Museu de Arte Contemporânea de Campinas, Estação Cultura, além dos bairros Centro, Ouro Verde, Campo Grande, Jardim Garcia, Aurélia, Santa Lúcia e Padre Anchieta. Para a idealizadora, a expansão territorial é essencial para ampliar o debate: “A ideia é levar o entendimento sobre o que é arte urbana para todos os cantos de Campinas”.

    No Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, o muralista Fabiano Carriero pintou uma obra de 40 metros que “traz uma mensagem de leveza e esperança para quem passa todos os dias pelo local”, direcionada especialmente aos médicos e funcionários. Já Marta Henriksen (Miss) criou, no Terminal Campo Belo, uma composição geométrica e a ilusão de um portal expressa “como a arte pode nos elevar”.

    O novo banco instalado em frente ao MACC, no centro de Campinas, chamou bastante a atenção na cidade pelo formato inusitado de rinoceronte. O artista responsável, João Caçador, se inspirou na escultura de Salvador Dalí na forma do animal e que esteve exposta no museu campineiro em 1998. “Lembro quando visitei a mostra e matei aula para ver as obras. Aquele rinoceronte me marcou e me fez querer ser artista”, recorda ele.

    Visita guiada
    O festival vai oferecer ao público a chance de conhecer todas as obras em profundidade com uma visita guiada. No dia 7 de dezembro, um transporte gratuito sairá da Estação Cultura e percorrerá os locais das intervenções, entre eles a Unicamp, com orientadores que apresentarão detalhes sobre cada artista e obra. O horário de saída ainda será definido. A participação no passeio, com duração aproximada de 4 horas, será mediante inscrição prévia através do link disponível no Instagram do projeto (@ocre.arte). Outra visita, exclusiva para crianças de escolas públicas da cidade, também fará parte da programação.

    Além disso, dois documentários serão realizados para o festival. O primeiro, um vídeo imersivo que mostrará um pouco da execução das obras por cada artista, poderá ser assistido através de óculos de realidade virtual. Já o segundo, que foi filmado ao longo de todo o processo do festival, será lançado posteriormente e divulgado no YouTube oficial do Ocre.

    Tecnologia e inovação é diferencial
    Todas as obras possuem placas com qrcodes que levam para vídeos com audiodescrição sobre cada uma delas e seus artistas. Os conteúdos também estarão acessíveis em Braille. Além disso, as obras terão uma intervenção com realidade aumentada, acessada através do celular, que fará sobreposição sobre a concepção original, transformando-a a partir da nova camada.

    Thiago Toshio, o tecnólogo criativo responsável por idealizar e executar as intervenções tecnológicas nas obras do Festival Ocre, acredita que seu papel é criar pontes entre o humano e o digital, entre o gesto artesanal e a inovação. “A arte urbana tem o poder de resgatar e de transformar, e quando a tecnologia se soma a ela, esse poder se amplia. Juntas, elas podem despertar o desejo de aprender, de criar e de pertencer”.

    Para Thiago, é possível moldar a tecnologia, respeitando os gestos artesanais e o ritmo da criação. “O Ocre 2025 é mais do que uma exposição, é um manifesto sobre como arte e tecnologia podem caminhar juntas para revitalizar espaços e alimentar o espírito coletivo”, completa o tecnólogo criativo.

    Ao todo, 16 artistas da região de Campinas são responsáveis pelas obras do Festival Ocre: Ruas Que Contam Histórias. Se juntaram à Gim: Vanusa Passos (Nus), Beatriz LuMO, Marta Henriksen (Miss), Ratos, Wagner de Oliveira Tavares (Tóxico), Gustavo Cesar Pereira (Noel), Rebeca dos Santos Pereira (Beca), Emerson Dias, Dimeh, Moai, Fabiano Carriero Eiras (Carriero), Vida do Valle Canova, Nihao, João Caçador e Katrine Santos.

    A artista idealizadora: Gislaine Martins (Gim)

    Gim é artista visual, muralista, arquiteta e produtora cultural. Natural do Sul de Minas e vivendo em Campinas (SP) há 15 anos, constrói seu trabalho a partir da memória afetiva e da psique humana, unindo surrealismo, abstrato e figurativo em cores quentes e no gesto do bordado. Atuante na área das artes visuais há 7 anos, criou mais de 200 murais no Brasil e no exterior. Possui sua marca artística com lançamentos de coleções anuais e expande sua linguagem para moda, objetos, murais e diferentes superfícies. Como produtora cultural e fundadora da Ocre, idealizou e realizou a primeira edição do Festival Ocre — O Que os Olhos Não Veem — e assinou a curadoria da exposição Paralelo Divergente, em São Paulo. Atualmente produz o Festival Ocre — Ruas que Contam Histórias. Também integra o coletivo de artistas do espaço cultural Fêmea Fábrica, onde possui seu ateliê físico.

    Para outras informações, escreva para o e-mail alineguevara31@gmail.com.

    SERVIÇO
    Visita guiada HC Unicamp
    Quando: 07/12    
    Local de saída: Estação Cultura – Praça Mal. Floriano Peixoto – Centro, Campinas
    Mais informações e inscrição: Instagram @ocre.arte
    Entrada gratuita
    (Da Redação com informações de Gislaine Martins/Festival Ocre)

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