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Indicadores da Bolsa

Risco cambial, entre a teoria e a prática

Livro explica aspectos da finanças internacionais e propõe estratégias de proteção contra variações cambiais

Risco cambial, entre a teoria e a prática

Livro explica aspectos da finanças internacionais e propõe estratégias de proteção contra variações cambiais

Indicadores da Bolsa
Práticas para o cuidado proliferam-se como resposta à aceleração do cotidiano

Em um mundo marcado pelo rápido e intenso processo de globalização, pelo desenvolvimento de novas tecnologias e por constantes crises e tensões geopolíticas, as práticas sociais, os cenários políticos e, sobretudo, o sistema econômico, são fortemente impactados por esses fatores e, consequentemente, ficam à mercê deles. Nesse contexto, o fluxo de capital, os mercados cambiais, as transações monetárias entre países e as políticas econômicas tornam-se cada vez mais complexos e voláteis, exigindo, principalmente daqueles envolvidos diretamente na área – pesquisadores, professores, economistas, empresários, políticos, entre outros –, um amplo e bem fundamentado conhecimento sobre o funcionamento do mercado financeiro internacional, além de estratégias para reduzir os efeitos das variações cambiais.

Diante desse cenário e da escassez de bibliografia acessível sobre hedge cambial, Redução de exposição ao risco cambial, da professora de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP), Natalia Dus Poiatti, foi pensado para suprir essa carência, proporcionando aos leitores um conteúdo detalhado, mas com linguagem clara e didática. A autora não apenas esclarece o tema central do livro, mas também contextualiza o leitor, explicando todos os termos técnicos usados, oferecendo introdução a cada tema abordado e utilizando recursos visuais, como gráficos, para facilitar a compreensão.

Em entrevista ao Jornal da Unicamp, a professora comenta o processo de escrita e a sua visão sobre o impacto do livro no cenário acadêmico atual.

Jornal da Unicamp — Como surgiu a ideia de escrever o livro e quais foram os principais desafios enfrentados durante o processo de escrita e pesquisa?
Natalia Dus Poiatti — A motivação para escrever o livro surgiu da constatação empírica de que os valores dos ativos estrangeiros apresentam extrema volatilidade e impacto econômico, tanto em termos agregados quanto redistributivos. A partir dessa observação, identifiquei uma lacuna entre a complexidade teórica do tema na literatura acadêmica e a escassez de material bibliográfico sobre como gerenciar esse risco no cotidiano de indivíduos, empresas e formuladores de políticas.
O principal desafio durante a elaboração do livro consistiu em apresentar o conteúdo teórico de forma rigorosa, mas acessível a leitores de diferentes formações e áreas do conhecimento. Esse esforço foi válido, visto que o livro cumpre uma função social importante ao disseminar conhecimento sobre estratégias de redução da exposição ao risco cambial, colaborando para o fortalecimento da cultura de gerenciamento cambial estratégico em um ambiente marcado por instabilidades políticas, econômicas e institucionais.

JU — Por ser pensado como material didático, quais critérios e cuidados foram considerados na organização do conteúdo?
Natalia Dus Poiatti — O livro pode ser utilizado como material didático, pois explica os fundamentos teóricos do risco cambial, sua relevância empírica, a mensuração da exposição de um fluxo financeiro a esse tipo de risco, bem como as estratégias mais apropriadas de hedge. Dessa forma, o leitor constrói seu entendimento de maneira gradual, estabelecendo uma ponte entre teoria e prática. Os casos aplicados ao contexto brasileiro reforçam a utilidade prática do conteúdo, tanto no meio acadêmico quanto em outras instituições.

JU — De que forma a obra pode contribuir para a formação de estudantes de economia e áreas afins?
Natalia Dus Poiatti — A volatilidade cambial impacta a economia em diversos âmbitos, como comércio internacional, fluxos financeiros, investimento produtivo, inflação e desigualdade de renda, tendo relevância significativa nas decisões de empresas, investidores e na formulação de políticas públicas. Assim, o livro Redução de exposição ao risco cambial pode contribuir significativamente para a formação de estudantes de economia, administração, contabilidade, finanças, relações internacionais e políticas públicas, oferecendo uma abordagem integrada entre teoria e aplicação prática. O leitor aprenderá o significado teórico do risco cambial, a mensuração da exposição cambial e seu gerenciamento por meio dos instrumentos financeiros mais apropriados. O conteúdo teórico e empírico permitirá que o leitor enfrente o tema com responsabilidade estratégica, reduzindo a exposição de fluxos financeiros a elevados riscos cambiais que caracterizam a economia internacional.

JU — Além do público acadêmico, quem mais pode se beneficiar da leitura do livro?
Natalia Dus Poiatti — O livro apresenta aplicabilidade para profissionais das áreas de economia e finanças internacionais, bem como para o gerenciamento de finanças pessoais. Indivíduos, empresas ou instituições com fluxos financeiros em moeda estrangeira – como importadoras, exportadoras ou aquelas expostas ao risco cambial de forma indireta, por exemplo, via concorrência internacional – entenderão como realizar a gestão estratégica da sua exposição à volatilidade cambial.
A obra também é pertinente para formuladores de políticas e gestores de finanças públicas, especialmente no que se refere à gestão dos efeitos do câmbio sobre os fluxos comerciais e financeiros internacionais.

JU — Como você vê a importância deste livro no cenário atual de incertezas econômicas e geopolíticas?
Natalia Dus Poiatti — Em um contexto global marcado por incertezas econômicas e tensões geopolíticas – como guerras comerciais, conflitos armados e instabilidades políticas – a volatilidade cambial aumenta significativamente, podendo gerar impactos relevantes nos fluxos financeiros. Nesse cenário, compreender as técnicas e os instrumentos apresentados no livro é essencial para enfrentar choques cambiais, sejam de origem interna ou externa. Um bom gerenciamento cambial pode garantir estabilidade financeira no curto prazo e promover sustentabilidade no longo prazo.

JU — O livro utiliza estudos de caso da economia brasileira. Qual a importância de trazer exemplos nacionais para a compreensão do tema?
Natalia Dus Poiatti — Considerando a elevada volatilidade das taxas de câmbio entre o real e outras moedas, bem como a disponibilidade de casos envolvendo empresas brasileiras que recorreram a instrumentos de hedge cambial com distintos níveis de adequação, o Brasil configura-se como um laboratório natural interessante para o estudo do gerenciamento da exposição ao risco cambial. Além disso, a publicação do livro em português e com foco em estudos de caso da economia brasileira tem como objetivo ampliar o acesso ao conhecimento de finanças internacionais no contexto nacional.


Capa do Livro Redução de exposição ao risco cambial
Livro - Redução de exposição ao risco cambial

Título: Redução de exposição ao risco cambial
Autor: Natalia Dus Poiatti
Edição: 1ª 
Ano: 2024 
Páginas: 140
Dimensões: 14 cm x 21 cm

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