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Inovação Pesquisa

Análise geoespacial vai monitorar ecossistemas fluviais

Instituto de Geociências integra projeto internacional com pesquisadores da Espanha, Finlândia, Suíça, Polônia e República Tcheca

Um consórcio internacional de pesquisadores está desenvolvendo o MultiGIS4Rivers, uma iniciativa que une dados multidimensionais e multiescalares, inteligência artificial (IA) e análise geoespacial para transformar a forma de monitorar ecossistemas fluviais. A Unicamp integra o projeto por meio do Grupo de Pesquisa Geotecnologias Aplicadas à Gestão do Território (Geoget) do Instituto de Geociências (IG), sob coordenação do professor Lindon Fonseca Matias. Além de integrantes da Unicamp, a equipe conta também com pesquisadores da Universidade de Vigo (Espanha) — que coordena o projeto —, do Finnish Geospatial Research Institute do National Land Survey (Finlândia), da Haute École Spécialisée de Suisse Occidentale (Suíça); da Adam Mickiewicz University (Polônia) e da Brno University (República Tcheca). Um acordo de parceria já foi assinado entre as instituições participantes.

MultiGIS4Rivers é o acrônimo em inglês do projeto Análise de Dados Multidimensionais para o Gerenciamento de Ecossistemas Fluviais por Meio de Ferramentas Automáticas Multiescala. O projeto, com início previsto para setembro, analisará três regiões com desafios ambientais distintos: a Baixada Maranhense, no leste da Amazônia (Brasil), a bacia hidrográfica do Rio Umia, na Galícia (Espanha), e áreas transfronteiriças entre a Polônia e a República Tcheca, na bacia do Rio Odra. Nessas localidades, os problemas variam da ocorrência de inundações e eutrofização à fragmentação de habitats, à poluição e ao abandono de terras. Para enfrentá-los, o projeto combinará tecnologias de ponta, como sensoriamento remoto, monitoramento in situ de alta precisão, deep learning para aquisição de dados e análise geoestatística baseada em inteligência artificial.

Entre as ações previstas, estão a avaliação de padrões espectrais e espaciais da vegetação, o monitoramento de espécies invasoras, a medição da qualidade da água, a análise de mudanças no uso da terra e a instalação de estações automatizadas de monitoramento. Esses dados alimentarão modelos preditivos capazes de simular cenários de mudanças climáticas e de uso da terra, permitindo antecipar riscos de contaminação dos recursos hídricos, de incêndios florestais e de perda de biodiversidade. O Geoget coordenará as etapas de campo no âmbito do projeto geral, o que inclui as etapas de visitas às áreas de estudo. Composto por docentes e estudantes de pós-graduação e graduação, o grupo do IG contribuirá com sua expertise no uso de geotecnologias em estudos sobre a dinâmica de uso e de ocupação da terra.

Equipe do projeto desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa Geotecnologias Aplicadas à Gestão do Território do IG
Equipe do projeto desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa Geotecnologias Aplicadas à Gestão do Território do IG

A principal contribuição do projeto, segundo Matias, “além dos conhecimentos a serem produzidos, será uma plataforma digital baseada em tecnologias de ponta, disponibilizada aos gestores e à sociedade em geral, com vistas à gestão dos recursos hídricos nessas importantes áreas localizadas nos países participantes do projeto”. O instrumento “permitirá subsidiar as políticas públicas e as ações de produtores e da população em geral no uso sustentável desses recursos, com base na profusão de dados científicos disponibilizados em escala têmporo-espacial adequada”, complementa.

Após sua fase de aplicação e testes, os procedimentos metodológicos e todo o acervo do projeto poderão ser replicados para outros territórios. “O projeto pretende disponibilizar uma plataforma com impacto efetivo, tanto em termos científicos, com aplicação de conhecimentos teóricos e metodológicos na fronteira das ciências, como em consonância com as principais demandas de gestão orientadas em escala local e global frente aos desafios dos objetivos do desenvolvimento sustentável”, afirma Matias.

Em 2024, o docente da Unicamp participou de diversas reuniões com os pesquisadores envolvidos na elaboração do projeto, submetido a e aprovado em uma Chamada Internacional do CHIST-ERA e conta com fomento das instituições nacionais dos países com pesquisadores participantes. Matias esteve na Escola de Enxeñaría Forestal do Departamento de Engenharia dos Recursos Naturais e Meio Ambiente da Universidade de Vigo a fim de conhecer as principais instalações e infraestruturas disponíveis para o ensino e pesquisa na unidade. O professor foi recebido por Xana Álvarez Bermúdez, docente da instituição espanhola, e participou de uma reunião com pesquisadores e estudantes de pós-graduação do grupo de pesquisa sobre geomodelização hidro floresta. Em outubro, ocorrerá a reunião formal de início do projeto na Universidade de Vigo, que contará com a participação de diversos pesquisadores.

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