O pioneirismo marca a trajetória da médica geneticista Iscia Lopes Cendes, professora titular da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. Em 1997, ela passou a integrar o Laboratório de Genética Molecular da FCM, trabalhando na identificação de pré-disposições genéticas a várias doenças neurológicas. Paralelamente ao trabalho no laboratório, a professora coordenava, em ambulatório, a aplicação dos primeiros testes preditivos para doenças neurológicas no Brasil, como, por exemplo, os testes para a doença de Huntington.
A professora também participou da criação do primeiro banco de dados público de informações genômicas da América Latina, o BIPMed (Brazilian Initiative On Precision Medicine), como pesquisadora de um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da Fapesp, o Cepid Brainn, da Unicamp.
Se houver um destaque ainda mais importante a ser feito, a geneticista aponta que é sua contribuição para os estudos sobre os aspectos genéticos das epilepsias. Cendes não só coordenou pesquisas no sentido de descobrir diferentes tipos de epilepsia, como tem trabalhado no diagnóstico das formas genéticas da doença. Os testes genéticos são oferecidos aos pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Hoje, no âmbito do Brainn, a equipe de Cendes desenvolve organóides que servem de modelo para a pesquisa de medicamentos.
Neste programa, a pesquisadora salienta a importância do trabalho de pesquisa aliado à clínica e do ensino da genética voltado para a medicina. Segundo Cendes, os estudantes de medicina da Unicamp estão entre os poucos residentes treinados para a interpretação de testes genéticos.
Ficha técnica:
Produção: Patrícia Lauretti
Entrevista: Hebe Rios
Imagens: João Ricardo – Boi e Marcos Motelho Jr.
Edição: Diohnny C. Andrade
Foto de capa: Antonio Scarpinetti
Capa: Alex Calixto