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Inovação Pesquisa

Resíduos da indústria viram fertilizante de ação prolongada

Os primeiros resultados comprovaram a eficiência agronômica, permitindo às plantas o mesmo nível de desenvolvimento em relação às amostras que receberam o produto comercial

A produção agrícola em larga escala usa uma grande quantidade de fertilizantes no plantio, mas, boa parte dos nutrientes não vai para a planta, e sim para o solo, onde fica imobilizada. É o caso do fósforo. O grupo de pesquisa em peneiras moleculares micro e mesoporosas do Instituto de Química (IQ), sob coordenação da professora Heloise de Oliveira Pastore Jensen, desenvolveu dois tipos de fertilizantes de liberação lenta a partir de resíduos industriais ricos em cálcio e fósforo. 

O uso de resíduos industriais como matéria-prima para a produção dos fertilizantes pode reduzir a necessidade de mineração em rochas fosfáticas, que são insumos não-renováveis. Os produtos são fruto dos estudos da pesquisadora visitante Dra. Flávia de Sousa Ferreira e da doutoranda Lorena Moura Lima. As sínteses resultantes do experimento de Ferreira forneceram a hidrocalumita e foram realizadas a partir do resíduo obtido da indústria de papel e celulose. Já o fertilizante desenvolvido por Lima, a Brushita, é resultante do resíduo do experimento de Ferreira.  

O processo de liberação lenta dos nutrientes desses fertilizantes depende da dissolução pela chuva ou irrigação, permitindo que o fertilizante aplicado na planta seja lentamente absorvido por ela e não imediatamente imobilizado no solo, de onde as raízes não são capazes de retirá-los. Um dos fertilizantes produzidos no Laboratório de Química Inorgânica do IQ está em fase de testes de campo na empresa Conatus Ambiental, parceira do grupo de pesquisa. 

Os primeiros resultados comprovaram sua eficiência agronômica, permitindo às plantas o mesmo nível de desenvolvimento em relação às amostras que receberam o produto comercial, de ação rápida. O que ainda falta saber é por quanto tempo o produto continua liberando o fósforo necessário para o ciclo de produção da planta, sem aumentar a aplicação do fertilizante de liberação lenta.

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