A primeira quarta-feira de fevereiro, 5, marca um momento especial para Nicolas Farias e Laidenss Guimarães, integrantes do Duo Tatarana. Amigos desde a pré-adolescência e formados em música pelo Instituto de Artes (IA) da Unicamp – Farias, em percussão, e Guimarães, em violão –, eles concretizam um sonho de infância com o lançamento de seu primeiro disco, “Tatarana”. Fruto do Edital de Premiação de Projetos de Arte e Cultura de 2023 da Diretoria de Cultura (DCult) da Pró-reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC), o álbum não apenas celebra o encerramento da graduação dos músicos, mas também inaugura uma nova jornada artística.
Entre idas e vindas, a dupla consolidou-se como Duo Tatarana em 2020, com a entrada dos dois na Unicamp. No mesmo ano, os músicos também ingressaram no Conservatório de Tatuí. Assim, durante a pandemia e nos anos que seguiram à graduação, tiveram espaço para a criatividade e a composição. “Nessa nova fase da vida, mais maduros, pessoalmente e musicalmente, buscamos nos profissionalizar. A partir disso, começamos a marcar shows e a concorrer em editais que viabilizaram nossos projetos”, diz Farias.
Nascidos em Dourados (MS), os artistas sempre carregaram consigo a inquietação de explorar referências culturais e agregar conhecimentos além da música. “As artes plásticas e a literatura sempre nos interessaram. Quando eu tinha 14 anos, fui a uma gráfica, imprimi um texto do Plínio Marcos e levei até o Nicolas para lermos juntos”, relembra Guimarães.
Sendo assim, o nome da dupla reflete esse interesse cultural. Em 1956, Guimarães Rosa publicou a obra clássica da literatura brasileira “Grande Sertão: Veredas”, que tem como personagem principal o famoso Riobaldo Tatarana. “Quando escolhemos o nome, tínhamos acabado de ler o livro. Essa estética influenciou nosso álbum, talvez de forma provocativa, mas também indireta, ao dialogar com a filosofia de escolhas e mudanças, como a transformação do Tatarana em Urutu-Branco”, explica Guimarães.
Essa influência fica evidente no primeiro single do disco, “Zanga – O diabo na rua, no meio do redemunho”, que carrega em seu título uma das frases mais marcantes da obra de Guimarães Rosa. Além disso, outras músicas do disco também brincam com o conceito de palavras inventadas. “A ideia era criar uma música instrumental que fosse cantada. ‘Zanga’ nasce desse espaço de experimentação, como o João Bosco fazia”, comenta Farias.
Para o futuro, o Duo Tatarana pretende circular com shows e divulgar o lançamento do álbum, de forma independente, como fizeram até aqui. “Certamente, pensaremos no próximo disco em pouco tempo. A vontade de experimentar e buscar música é muito grande”, finaliza Guimarães.
Confira as 8 músicas do álbum:
1. Fio da Navalha – 2. Mandonguê – 3. Herança de Guiné – 4. Memórias do Rio – 5. Zanga –
6. Desassossego – 7. Baculejo – 8. Tapa (fundamento de folha)
Ficha técnica:
Fotos e vídeos: Raquel Canário
Edição de vídeo: Nicolas Farias
Lettering: Ateliê Nômade
Arte da capa: Ulysses de Paula
Logo Duo Tatarana: Jaci Iguara
Técnico de estúdio: Henrique Manchuria
Contrabaixo: Theo Rthsam Ribeiro
Engenharia de som: Rafael Thomaz
Produção musical: Duo Tatarana e Rafael Thomaz
Produção executiva: Mirian Silvestre
Apoio: DCult e ProEEC