A pesquisadora Jane Kelly Oliveira Friestino, do Laboratório de Epidemiologia das Doenças e de Outras Condições Crônicas (Epidoc) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), vai liderar o projeto Saúde nas Fronteiras da Agricultura e Tradição: Inquéritos de Saúde em Populações Rurais Brasileiras. A pesquisa foi selecionada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e receberá um investimento de R$ 980 mil.
Friestino, além de colaborar no Departamento de Saúde Coletiva da FCM, também é docente da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). A pesquisadora identifica no seu vínculo com a Unicamp um dos fatores decisivos para o desenvolvimento da proposta, pois o grupo de pesquisadores do Epidoc tem experiência no estudo de doenças crônicas. “Esse vai ser um inquérito sobre as condições de saúde da população rural, versando sobre a alimentação saudável, o uso de agrotóxicos e a presença de doenças crônicas como câncer e hipertensão. Trabalharemos também com questões de saúde mental”, afirmou Friestino.
A pesquisa envolverá o trabalho de 24 pesquisadores de cinco instituições de ensino do país. Segundo a pesquisadora, o projeto foi desenhado para ser multicêntrico e abranger a diversidade da população rural brasileira. Assim, os estudiosos conseguirão ter contato, por exemplo, com praticantes da agricultura familiar, com ribeirinhos, com moradores do sertão, com quilombolas e também com pessoas envolvidas no agronegócio. O projeto deve durar três anos.
“Esse projeto tem como um de seus objetivos garantir que as condições de saúde dessa população sejam incluídas nos planos municipais de saúde. Vamos, dentro dessa perspectiva, traçar um modelo epidemiológico para apontar quais as necessidades dessa população. Frisamos no projeto que se trata de uma população muitas vezes negligenciada, pela dificuldade de acesso a informações sobre suas condições de vida e pelo difícil acesso logístico e geográfico. Também vamos fomentar a pesquisa na UFFS, e o projeto vai possibilitar a inserção de estudantes de graduação e pós-graduação”, acrescentou Friestino.
Matéria originalmente publicada no site da Faculdade de Ciências Médicas.
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