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Pesquisa

Nutricionista desenvolve guia alimentar para vegetarianos

O material é resultado de uma adaptação transcultural do guia internacional VegPlate, voltado para a população europeia

A nutricionista Tatiana Consoli Nannetti Dias desenvolveu um guia alimentar para vegetarianos estritos utilizando alimentos normalmente consumidos no Brasil. O material é resultado da adaptação transcultural do guia internacional VegPlate, voltado para a população europeia. O trabalho foi conduzido como parte da pesquisa de mestrado de Dias junto à Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Unicamp, sob orientação da professora Julicristie Machado de Oliveira.

O objetivo, segundo a pesquisadora da Unicamp, é apoiar tanto profissionais de saúde, especialmente nutricionistas, quanto indivíduos vegetarianos no planejamento de alimentação equilibrada. “A adaptação para a realidade brasileira se baseou em informações da POF [Pesquisa de Orçamento Familiares] de onde obtivemos os principais alimentos consumidos pelos brasileiros. A partir disso, fazemos sugestões de alimentos em cada grupo alimentar”, explicou a autora do estudo. 

O material é dividido em seis grupos alimentares: cereais, raízes e tubérculos; leguminosas; legumes e verduras; frutas; castanhas, oleaginosas e sementes; e gorduras e óleos vegetais. “Meu prato vegetariano estimula a população a consumir alimentos naturais e o mínimo de processados possível, trazendo também um impacto positivo no custo da alimentação, uma vez que os alimentos in natura tendem a ser mais baratos”, acrescenta a pesquisadora.

A alimentação vegetariana estrita fornece os nutrientes essenciais para o organismo, exceto a vitamina B12. “No guia, temos a imagem de um prato e, ao centro, a vitamina B12, porque é uma vitamina que necessita de atenção com relação à suplementação”, observa Dias. 

De acordo com ela, o guia foi elaborado seguindo as Dietary Reference Intakes (DRIs), sendo adequado para adultos com o planejamento dietético de 1200 a 3200 quilocalorias (kcal). Meu prato vegetariano oferece também adaptações específicas para mulheres grávidas e lactantes, com planejamento de 1800 a 3200 kcal, mais porções adicionais para o 2° e 3° trimestres gestacionais e para a lactação.

A pesquisadora submeteu o guia a uma avaliação de 40 nutricionistas, por meio de questionário, e de outros seis profissionais, por meio do grupo focal. “Muitos nutricionistas relataram receio em realizar orientações sobre alimentação vegetariana estrita, pois acreditam que pode haver deficiência de nutrientes, sobretudo para o público materno-infantil. Por outro lado, eles afirmaram que o guia é uma ferramenta útil na prática clínica, na orientação e elaboração de planos alimentares para esse público”, relatou. A pesquisadora informa que o guia Meu prato vegetariano deverá ser disponibilizado em breve após publicação científica.

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