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Atualidades

Novo aparelho de radioterapia vai dobrar capacidade de atendimento a pacientes com câncer no HC

Entre os diferenciais tecnológicos do equipamento, está a alta precisão para atingir o tumor com doses maiores de radiação, tornando o tratamento mais rápido e com menores efeitos colaterais

O equipamento será usado em procedimentos radioterápicos nos casos de câncer de próstata, pulmão, esôfago, estômago, pele, reto e cabeça-pescoço, linfomas, doenças hematológicas, doenças do sistema nervoso central e do cérebro e tumores malignos raros
O equipamento será usado em procedimentos radioterápicos nos casos de câncer de próstata, pulmão, esôfago, estômago, pele, reto e cabeça-pescoço, linfomas, doenças hematológicas, doenças do sistema nervoso central e do cérebro e tumores malignos raros

Um dos mais modernos aparelhos de radioterapia do mundo acaba de entrar em operação no Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp. Usado para o tratamento de pacientes oncológicos, o acelerador linear VitalBeam, da empresa Varian Medical Systems, vai dobrar a capacidade de atendimento do hospital pois deve encurtar de forma significativa o tempo total de tratamento.

O equipamento será usado em procedimentos radioterápicos nos casos de câncer de próstata, pulmão, esôfago, estômago, pele, reto e cabeça-pescoço, linfomas, doenças hematológicas, doenças do sistema nervoso central e do cérebro e tumores malignos raros.

De acordo com o diretor técnico do setor de radioterapia do HC, Eduardo Baldon, o acelerador possui avançados recursos de radioterapia e de radiocirurgia guiadas por imagem. Entre os diferenciais tecnológicos, está a alta precisão para atingir o tumor com doses maiores de radiação, tornando o tratamento mais rápido e com menores efeitos colaterais em órgãos sadios. Além disso, diz ele, o equipamento permite localizar o tumor com mais precisão, em imagens de alta resolução.

Importado dos Estados Unidos, o aparelho custou R$ 5,4 milhões, valor coberto por uma emenda parlamentar do deputado federal Paulo Freire, do Partido Liberal (PL). Para receber o novo equipamento, a Unicamp teve de construir um novo bunker, de 100 m² de área, cujas paredes têm mais de 1,5 metro de espessura. O custo dessa obra de adequação ficou em R$ 1,5 milhão, montante pago pela própria Universidade.

Segundo Baldon, o aumento na capacidade de atendimento resulta da diminuição, por conta do recém-chegado aparelho, no tempo total de tratamento. “Um tumor de próstata, por exemplo, que tratamos em 38 dias úteis, nós passaremos a tratar em 20 dias úteis”, diz ele. “Atendemos entre 58 e 62 pacientes por dia, mas, com a entrada em operação desse novo equipamento, esse desempenho vai no mínimo dobrar.”

Melhoria da rede de assistência

O reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, destacou o ganho de performance a ser proporcionado pelo novo aparelho e a contribuição do sistema de emendas parlamentares para a melhoria da rede de assistência pública de saúde.

“Primeiro, trata-se de um equipamento de última geração, que melhora o tratamento oncológico porque foca mais o tumor e causa menos prejuízo aos demais órgãos próximos ao tumor. Além disso, trata-se de uma terapia que pode ser realizada em um número menor de sessões, o que significa um aumento significativo no nosso potencial de atendimento”, disse o reitor.

“Outra coisa importante: o nosso HC tem a oportunidade de oferecer, na rede pública, um padrão de qualidade que se encontra apenas em certas instalações da medicina privada”, ponderou. “Por isso, queremos agradecer ao deputado Paulo Freire por ter destinado a nós essa emenda. É importante a gente reconhecer o papel das emendas parlamentares de uma maneira geral, sejam as de deputados estaduais, sejam as de deputados federais.”

 O acelerador possui avançados recursos de radioterapia e de radiocirurgia guiadas por imagem
O acelerador possui avançados recursos de radioterapia e de radiocirurgia guiadas por imagem

Freire lembrou que destina recursos de emendas à Unicamp há muitos anos e garantiu que pretende continuar a fazê-lo enquanto estiver na Câmara dos Deputados. “Nós percebemos, desde o início, a importância desse aparelho e do quanto ele pode ser relevante para o atendimento público”, disse. “E vamos continuar com essa parceria, porque precisamos pensar nas vidas que podem ser afetadas por medidas como essa.”

A superintendente do HC, Elaine Ataíde, lembrou que o equipamento vai dar um novo impulso à capacidade de atendimento do hospital. “A gente sabe o quanto a radioterapia tem sido o tendão de Aquiles dos serviços de saúde. As regionais de saúde registram filas, seja no pré, seja no pós-tratamento, e esse novo equipamento vai nos ajudar muito a cumprir a nossa missão, que é a de prestar um serviço cada vez melhor para a população.”

A coordenadora-geral da Unicamp, Maria Luiza Moretti, afirmou que, segundo projeções do Instituto Nacional do Câncer, 604 mil casos da doença serão registrados no Brasil no período de 2023 a 2025. “E, desses, entre 50% e 60% vão precisar de radioterapia”, lembrou a professora. “Daí a importância desse novo equipamento.”

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