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Na área de energia, o projeto Mais Fotovoltaica é direcionado para triplicar a capacidade de geração de energia por meio da luz solar; em circulação na Unicamp o ônibus 100% elétrico
Na área de energia, o projeto Mais Fotovoltaica é direcionado para triplicar a capacidade de geração de energia por meio da luz solar; em circulação na Unicamp o ônibus 100% elétrico

A consultora Quacquarelli Symonds (QS) divulgou nesta terça-feira os resultados da segunda edição do ranking QS Sustentabilidade. A Unicamp encontra-se na segunda posição no país, na quinta na América Latina e em 237ª no mundo. Foram analisadas 1.403 instituições, dentre as quais 342 das Américas e 34 do Brasil. A primeira posição no país é da Universidade de São Paulo (USP) e, no ranking geral, da Universidade de Toronto (Canadá). Na primeira edição do ranking, realizada em 2022, a Unicamp encontrava-se também no segundo lugar entre as instituições brasileiras, em quinto na América Latina e entre a posição 151-160 no mundo. Naquela edição, foram avaliadas 700 universidades, aproximadamente a metade das instituições ranqueadas em 2023.

O ranking de sustentabilidade da QS avaliou três critérios: impacto ambiental (sustentabilidade ambiental; pesquisas sobre meio ambiente; e educação ambiental), impacto social (intercâmbio de conhecimento; saúde e bem-estar; empregabilidade e receitas; igualdade; e impacto educacional) e governança.

O melhor desempenho da Unicamp deu-se no critério intercâmbio de conhecimento, que avalia parcerias entre regiões desenvolvidas e em desenvolvimento criadas para o compartilhamento de conhecimentos e para o impulsionamento do impacto positivo de uma universidade em sua comunidade local e na sociedade em geral. Nesse critério, a Unicamp encontra-se em 80º no ranking mundial.

“A boa classificação da Unicamp nesta segunda edição do ranking de sustentabilidade da QS, em nível nacional, regional e mundial, reflete o empenho desta gestão para que a Universidade trabalhe em conformidade com a Agenda de 2030 da ONU [Organização das Nações Unidas] em todas as suas frentes de atuação, abrangendo desde as políticas institucionais de inclusão e permanência até projetos como o Campus Sustentável e o dos corredores ecológicos, dentre outras iniciativas”, avalia o reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles.

O reitor destaca a participação da Universidade em grandes projetos e centros de pesquisa associados às temáticas das mudanças climáticas, da transição energética e da sustentabilidade, dentre eles o Centro Paulista de Estudos da Transição Energética (CPTEn), o Centro de Inovação em Novas Energias (Cine), o programa Brazilian Agave Development (Brave), o AmazonFACE, o Centro de Estudos sobre Urbanização para o Conhecimento e a Inovação (Ceuci) e o Genomics for Climate Change Research Center (GCCRC).

Além disso, o reitor chama atenção para os esforços da Unicamp na formação de profissionais por meio de programas ligados à sustentabilidade, como os de doutorado em bioenergia e de pós-graduação em meio ambiente e sociedade.

Destaque para a participação da Universidade em grandes projetos e centros de pesquisa associados às temáticas das mudanças climáticas, como o caso do AmazonFACE (Foto: Divulgação AmazonFACE)
Destaque para a participação da Universidade em grandes projetos e centros de pesquisa associados às temáticas das mudanças climáticas, como o caso do AmazonFACE (Foto: Divulgação AmazonFACE)

Os esforços da Unicamp na área

Coordenador do Campus Sustentável, projeto que visa implementar uma gestão sustentável no âmbito de recursos humanos, naturais e econômicos, o professor Luiz Carlos da Silva aponta que já há cerca de duas décadas a Unicamp busca alinhar-se às pautas ambientais. Silva faz comentários abaixo sobre as diversas áreas de atuação da Universidade com esse fim.

Gestão de resíduos

“A Unicamp conta já com 20 anos de esforço na temática da sustentabilidade e gestão ambiental. A área pioneira foi a de gestão de resíduos, com a implantação de um sistema que é referência no país inteiro quanto a resíduos perigosos, químicos, hospitalares e de construção civil.” Nessa área, diz, há ainda projetos para o aproveitamento de alguns tipos de resíduos na geração de energia.

O cordenador do Campus Sustentável, Luiz Carlos da Silva: há cerca de duas décadas a Unicamp busca alinhar-se às pautas ambientais
O cordenador do Campus Sustentável, Luiz Carlos da Silva: há cerca de duas décadas a Unicamp busca alinhar-se às pautas ambientais

Energia

Outro destaque, para Silva, encontra-se na área de energia, em que avançaram, nos últimos anos, iniciativas relacionadas à eficiência energética e à redução do desperdício. Como exemplos desses projetos, o professor cita o Unicamp 100% Led, que visa substituir todas as lâmpadas dos campi por led, o Sustentabilidade no Ar, voltado à modernização do sistema de climatização, e o Mais Fotovoltaica, direcionado para triplicar a capacidade de geração de energia por meio da luz solar.

“Há também esforços na área de contratação de energia. Hoje contratamos energia mais barata no mercado e o nosso próximo contrato, a partir de 1º de janeiro, é de energia incentivada, ou seja, 100% da energia virá de fontes renováveis”, indica o docente.

Mobilidade

Na área de mobilidade, destaca, houve a implantação do ônibus elétrico. “Discute-se também a possibilidade de trazer outros tipos de veículos de baixa emissão de carbono, como aqueles movidos a hidrogênio verde e biometano”, afirma.

Áreas verdes

“No tema da gestão das áreas verdes, há projetos que pretendem aumentar a cobertura vegetal da Universidade, incluindo o projeto de corredores ecológicos, que objetiva impactar não só nossa área de preservação e de cobertura vegetal como também a proteção da fauna”, diz Silva.

Projeto Corredores Ecológicos no Campus da Unicamp e Região, aprovado em 2022, visa recuperar e conectar os fragmentos de mata nativa e proteger nascentes dentro da Fazenda Argentina, uma área de 1,4 milhão de metros quadrados adquirida pela Unicamp em 2014. A previsão é que, em cinco anos, sejam criados 217 mil metros quadrados de corredores ecológicos e 300 mil metros quadrados de áreas de plantio, além de 92 metros de passadores de fauna e 6.500 metros de cercamentos de corredores. A conexão entre os fragmentos de mata permitirá a troca gênica das espécies de fauna e flora, evitando sua degeneração.

Equipamentos de um dos laboratórios do Centro de Inovação em Novas Energias (Cine)
Equipamentos de um dos laboratórios do Centro de Inovação em Novas Energias (Cine)

Recursos hídricos

Outro avanço salientado pelo coordenador do Campus Sustentável ocorreu na área de gestão de recursos hídricos. “Conseguimos, ao longo da última década, reduzir bastante o consumo de água, implementando tecnologias mais eficientes em torneiras, combatendo vazamentos e melhorando nosso sistema de um modo geral. Hoje há um GT [grupo de trabalho] discutindo outras possibilidades, como o reuso de água e a coleta de água da chuva.”

“O fato de aparecermos em segundo no ranking é algo muito merecido porque a Unicamp vem fazendo esse esforço há muitos anos, por duas décadas, e tem conseguido produzir um grande impacto. Apesar dos desafios que temos pela frente, trata-se de um resultado que motiva todas as pessoas envolvidas com essa temática.”

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