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O planeta-anão Ceres, localizado no cinturãode asteroids entre Marte e Júpiter
O planeta-anão Ceres, localizado no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter

Gelo em Ceres
Água congelada existe em grandes quantidades abaixo da superfície do planeta-anão Ceres, localizado no cinturão de asteroides entre as órbitas de Marte e Júpiter, aponta artigo publicado na revista Science. Baseados em dados levantados pela sonda Dawn, da Nasa, cientistas dos Estados Unidos e da França concluíram que a concentração de gelo aumenta junto com a latitude, chegando a responder por 30% do material na composição dos polos. O resultado das observações “confirma previsões teóricas de que o gelo pode sobreviver por bilhões de anos abaixo da superfície”, escrevem os autores.

Observado pela primeira vez pelo padre e astrônomo italiano Giuseppe Piazzi, em 1801, Ceres foi originalmente classificado como planeta. Com a descoberta de outros corpos na mesma região do espaço, o que levou à identificação do cinturão de asteroides, o astro foi “rebaixado” de categoria, até a criação da classe de planeta-anão, em 2006, para acomodar Plutão e outros objetos de características semelhantes.

Mulheres protegidas
A evolução pode favorecer patógenos que são mais virulentos quando infectam homens e que causam menos sintomas e menor mortalidade em mulheres, indica artigo publicado no periódico Nature Communications. A vantagem para o agente invasor em poupar as mulheres estaria nas rotas extras de transmissão que elas oferecem, via gestação e amamentação.

“As taxas de mortalidade de doenças infecciosas são frequentemente maiores entre homens que mulheres”, escrevem os autores, de instituições britânicas. “Embora essa diferença seja comumente atribuída a uma resposta imunológica mais forte das mulheres, demonstramos que diferenças nas rotas de transmissão que os sexos fornecem podem resultar no favorecimento, pela evolução, de patógenos com virulência sexo-específica”.

O artigo sugere ainda que essa hipótese pode explicar por que algumas doenças são ainda menos virulentas em mulheres de culturas onde o período de amamentação é mais prolongado.

O impacto das estradas
Estradas dividem a superfície sólida da Terra em mais de 600 mil áreas distintas, sendo que mais da metade delas compreende menos de 1 km quadrado, aponta levantamento publicado na revista Science. Do total de áreas delimitadas por estradas, 80% têm menos de 5 quilômetros quadrados e apenas 7% têm mais de 100 quilômetros quadrados.

Estradas, apontam os autores do estudo, são vetores de ocupação humana e degradação ambiental, poluição e perda de biodiversidade. “As grandes áreas ecologicamente importantes, sem estradas, remanescentes do planeta sustentam refúgios fundamentais para a biodiversidade e fornecem serviços ecossistêmicos de relevância global”, afirma o trabalho, assinado por pesquisadores da Europa, Estados Unidos e Brasil.

“A proteção global de áreas sem estradas é inadequada”, aponta o texto. “O reconhecimento e a proteção das áreas livres de estradas é uma necessidade urgente para deter sua perda continuada”.

Risco e cérebro
A queda da tolerância a risco e incerteza com a idade pode estar ligada a alterações na anatomia cerebral, aponta artigo publicado em Nature Communications. É um dado psicológico conhecido que a aversão ao risco tende a aumentar com a idade, mas experimento realizado por pesquisadores dos Estados Unidos, Austrália, Israel e Reino Unido aponta que o principal fator que permite prever essa aversão não é exatamente a idade do indivíduo, mas a condição de uma área específica do cérebro, o córtex parietal posterior direito (CPPd).

Num teste envolvendo 52 voluntários, de 18 a 88 anos, que pediu aos participantes que escolhessem entre uma recompensa certa de US$ 5 e uma incerta que poderia chegar a US$ 120, os autores determinaram que a preferência pelo prêmio certo aumentava com a idade, conforme previsto, mas que aumentava ainda mais em correlação com a queda na quantidade de matéria cinzenta no CPPd.

“Descobrimos evidência convergente de que o volume de matéria cinzenta no CPPd, mas não a idade, responde por mudanças na preferência de risco”, diz o artigo.

Segredos do cavalo marinho
O cavalo marinho é um animal com diversas peculiaridades, incluindo um focinho comprido e desdentado e o fato de que são os machos que ficam “grávidos”, carregando os embriões numa bolsa de incubação. Descrição e análise do genoma da espécie de cavalo marinho Hippocampus comes, publicada na revista Nature, oferece pistas para explicar algumas dessas características.

Entre as descobertas apontadas pelos autores, da China, Cingapura, Alemanha e Estados Unidos, estão genes que se expressam de modo exacerbado na bolsa de incubação dos machos e uma ausência dos genes que codificam proteínas para o esmalte dos dentes, o que pode ter causado a perda da dentição do animal.

Morte por buraco negro
Um fenômeno celeste que vinha sendo interpretado como uma supernova – uma estrela que ganha luminosidade intensa ao explodir – pode ser melhor explicado como a labareda produzida pela passagem de uma estrela próxima a um buraco negro. As intensas forças de maré geradas pela proximidade com o buraco negro estariam causando a desintegração da estrela.

A nova interpretação para o evento, registrado como ASASSN-15lh, é apresentada, no periódico Nature Astronomy, por pesquisadores dos Estados Unidos, Austrália, Chile e Europa. Os autores observaram ASASSN15lh por dez meses, usando tanto telescópios baseados na Terra quanto no espaço, e notaram sinais de que o evento estaria ocorrendo junto ao centro de uma galáxia – onde se espera encontrar buracos negros – e que a galáxia em questão não é do tipo compatível com grandes supernovas.

Muito mais pássaros
Com o título sugestivo de “How Many Kinds of Birds Are There and Why Does It Matter?” (“Quantos Tipos de Pássaro Há e Por Que Isso Importa?”), artigo publicado no periódico de livre acesso PLoS ONE afirma que o número real de espécies de aves no mundo pode ser superior a 18 mil – o dobro das estimativas atuais.

Os autores do trabalho, vinculados a instituições dos Estados Unidos, incluindo o Museu Americano de História Natural, buscaram identificar o tamanho da “diversidade oculta” no mundo dos pássaros, usando critérios de divergência evolutiva, e não apenas de capacidade de reprodução e escolha de parceiro, para delimitar espécies.

“Sugerimos que (…) uma taxonomia que documenta a história evolutiva e a divergência, com precisão, atende melhor aos requisitos dos estudos de biologia comparada, incluindo estudos de especiação”, diz o artigo, que pode ser acessado em http://www.journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0166307

Diamantes e ferro derretido
Os maiores diamantes do mundo se formaram nas profundezas do manto terrestre, em meio a metal derretido, afirma artigo publicado na revista Science.  O manto é a camada do planeta entre o núcleo externo e a crosta.

Os autores do trabalho, de instituições dos Estados Unidos e da África do Sul, analisaram mais de 30 diamantes excepcionalmente grandes, submetidos ao Instituto de Gemologia dos Estados Unidos para avaliação de qualidade, e determinaram a presença de lascas solidificadas de uma mistura de ferro, níquel, carbono e enxofre, envoltas em películas de gases redutores – isto é, que doam elétrons em reações químicas.

“As misturas minerais dominadas por metal e voláteis reduzidos em grandes diamantes indicam formação sob condições saturadas de metal”, escrevem os autores. “Confirmamos previsões anteriores de que a Terra tem regiões redutores no manto profundo, capazes de precipitar uma fase de ferro metálico que contém carbono e hidrogênio dissolvidos”. O estudo desses diamantes, afirmam os autores, oferece informações importantes sobre as profundezas do planeta.

Apelo ao passado
É mais fácil sensibilizar pessoas de ideologia conservadora para os riscos da mudança climática apontando diferenças entre o presente e o passado do que apelando para o futuro, diz um conjunto de seis experimentos, consolidado em um artigo publicado no periódico PNAS. As pesquisas foram realizadas online e envolveram 1,6 mil respondentes, que leram textos sobre mudança climática com foco no passado ou no presente, além de textos-controle sobre outros assuntos. Também foram usadas imagens que poderiam refletir mudanças na paisagem que já aconteceram ou simulações de alterações previstas.

“Comparações com o passado eliminam grande parte da divisão política que separava as atitudes dos respondentes liberais e conservadores em relação a, e o comportamento para com, a mudança climática”, escrevem os autores, dos Estados Unidos e Alemanha.

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