A saúde mental no Brasil está na UTI. O número de afastamentos por adoecimento mental é o maior dos últimos dez anos, situação que impacta tanto a vida dos trabalhadores quanto das empresas.
Dados divulgados pelo Ministério da Previdência Social mostram que, em 2024, quase meio milhão de trabalhadores foram afastados. Foram concedidas 472.328 licenças médicas, representando um aumento de 68% em comparação ao ano anterior.
No entanto, segundo Sérgio de Lucca, professor de Saúde Coletiva da Unicamp, o levantamento considera apenas os afastamentos de trabalhadores formais. Quando os trabalhadores informais são incluídos, a quantidade de pessoas em sofrimento mental no trabalho pode chegar a um milhão.
Ainda de acordo com o especialista, essa situação tem várias causas, entre elas: o reflexo da pandemia, a cobrança por resultados cada vez maiores, o pouco ou nenhum reconhecimento profissional, além da instabilidade no emprego e dos salários que não acompanham a inflação. “A média salarial do brasileiro é de até dois salários mínimos. É uma precarização do trabalho”, explica.
Em resposta a essa crescente preocupação, o governo federal adotou medidas mais rigorosas, como a atualização da NR-1, para fiscalizar a saúde no ambiente de trabalho e aplicar multas às empresas.
Reportagem: Thaís Pimenta
Roteiro e voz: Patrícia Lauretti
Edição: Kleber Casabllanca