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Direto na Fonte

‘Guerra aos pobres’ é política de Segurança no RJ, aponta cientista social

A chamada Operação Contenção, envolvendo forças de Segurança do Rio de Janeiro nos complexos do Alemão e da Penha na última terça-feira (28), se transformou na ação mais letal da história do Brasil até o momento. Até a tarde de quarta-feira (29), havia o registro de mais de 120 mortos, incluindo quatro policiais – dois civis e dois militares. A ação mobilizou 2,5 mil agentes para cumprir mandados de busca e apreensão. O objetivo era desarticular lideranças do Comando Vermelho (CV), facção criminosa que domina a capital e se expande para outros municípios e até estados. Para falar sobre o assunto, o “Direto na Fonte” ouviu a socióloga Camila Vedovello, pesquisadora do Laboratório de Estudos sobre Política e Criminologia (Polcrim), da Unicamp, e Jonathan da Motta, doutorando em Ciências Sociais pela Unicamp e mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). “O que a gente viu foi uma espetacularização da morte; uma politização desse espetáculo tenebroso”, afirma Motta. “É a guerra aos pobres se tornando a única forma de política para a Segurança Pública. Dentro dessa lógica de guerra existe um Estado, que é terrorista, e um crime parasitário. Mas, sobretudo, existem pessoas que estão tentando viver e tendo a sua dignidade tensionada por esses dois lados”, acrescenta o cientista político. A pesquisadora Vedovello, por sua vez, ressalta a necessidade de um acompanhamento minucioso da sociedade em relação aos detalhes que envolveram a operação, que ela aponta como “massacre” ou “chacina policial”. “O que vamos ver, agora, são famílias destroçadas e toda uma comunidade traumatizada. É um estado de barbárie”, define ela.

Ficha técnica

Produção e entrevistas: Patrícia Lauretti e Fábio Gallacci

Edição de vídeo: Aguinaldo Matos

Capa: Luis Paulo Silva

Foto: Tomaz Silva /Agência Brasil

Coordenação geral: Patrícia Lauretti

#rj #segurança #crime

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