Conteúdo principal Menu principal Rodapé
Atualidades Notícias Nova Saúde

Autarquização da saúde pode redefinir futuro da Unicamp, diz o coordenador-geral

O professor Fernando Coelho reforçou a urgência da discussão na Universidade

Selo nova saúde Unicamp

O coordenador-geral e reitor em exercício, Fernando Coelho, reforçou na última quinta-feira (11) a urgência da discussão sobre a autarquização da área da saúde da Unicamp. Para ele, trata-se de uma ação estratégica, de grande impacto, que poderá definir os rumos do crescimento da Universidade.

“Hoje, estamos no que chamo de uma encruzilhada, na qual devemos escolher o caminho que queremos seguir”, disse Coelho, durante evento organizado pela Faculdade de Ciências Médicas (FCM) para debater o assunto. Intitulado “Workshop FCM 2025: Autarquização da Área da Saúde”, o evento reuniu especialistas e gestores de instituições de saúde e universidades para discutir experiências e desafios relacionados à autarquização no setor.

“Essa discussão tem uma série de desdobramentos e não é simples, mas que temos de encará-la com sobriedade e com tranquilidade, porque o que está em jogo é o futuro da Universidade. É o futuro quando pensamos em expansão; em aumentar o número de vagas, de cursos, de potencializar nossos outros campi. Tudo isso passa por essa discussão”, acrescentou Coelho.

O reitor em exercício lembrou que, entre as três universidades estaduais paulistas, a Unicamp é a que entrega o menor número de vagas à comunidade. A Unesp conta com aproximadamente 7 mil alunos, e a Unicamp tem cerca de 3,5 mil, argumentou.  “Então, o que temos pela frente é uma discussão que eu quase diria que é de sobrevivência”, adverte.

No início deste mês, uma delegação da Unicamp liderada pelo reitor Paulo Cesar Montagner foi recebida pelo governador Tarcísio de Freitas, no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, para tratar do assunto. O governador deu sinal verde para o início dos estudos técnicos e de planejamento orçamentário, levando em conta um prazo de transição de 10 anos para a ampliação dos cursos, após a transformação da Área da Saúde da Unicamp em autarquia.

A proposta é que a abertura gradual dos novos cursos seja viabilizada no decorrer desse período, com a redução progressiva dos recursos orçamentários que a Unicamp reserva para a área da saúde. Hoje, a Reitoria destina cerca de R$ 1,1 bilhão por ano do seu orçamento para o setor de saúde.

No encontro, o ex-reitor da Unesp, Pasqual Barretti – que hoje ocupa o cargo de diretor presidente da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp/Unesp) – fez um balanço dos 15 anos da transformação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu em autarquia.

“A experiência tem sido muito positiva”, disse Barretti. “15 anos é pouco tempo para um hospital que tem quase 60 anos de existência, mas os avanços são inegáveis, principalmente na renovação do parque tecnológico”, afirma. Ele garante ter havido expansão dos serviços, melhora na infraestrutura e aumento no número de atendimentos.

“Acho que a Unicamp já deveria ter feito isso [autarquização]. Não há para a Unicamp outro caminho que não o de buscar essa alternativa. Essa proposta de autarquizar toda a área da saúde e não apenas o HC, e, em contrapartida oferecer mais vagas no ensino de graduação, é muito interessante. É de grande interesse para a sociedade”, aposta.

O diretor-executivo da Área da Saúde, Luiz Carlos Zeferino, explicou as diretrizes que norteariam a transformação do setor de assistência à saúde da Universidade
O diretor-executivo da Área da Saúde, Luiz Carlos Zeferino, explicou as diretrizes que norteariam a transformação do setor de assistência à saúde da Universidade

Na abertura do evento, o médico Luiz Carlos Zeferino, da Diretoria da Área da Saúde (DEAS) da Unicamp, disse que a transformação do setor de assistência à saúde da Universidade em autarquia deverá seguir um modelo semelhante ao que ocorre hoje com as Faculdades de Medicina da USP e da Unesp.

Zeferino lembrou que autarquia é uma entidade de direito público, com autonomia econômica, técnica e administrativa, mas fiscalizada pelo estado. A autarquia a ser criada seria vinculada à Secretaria de Estado da Saúde para fins administrativos e orçamentários, mas se manteria associada à Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e às outras unidades que atuam na área da saúde da Unicamp para fins de ensino, pesquisa e extensão.

O Worshop contou ainda com informações sobre as experiências de autarquização no HC da Faculdade de Medicina de Marília (Famema), apresentada pela secretária municipal de saúde de Marília, Paloma Libanio Nunes; sobre a implantação do modelo na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, com a diretora do Departamento de Atenção à Saúde do Hospital das Clínicas, Maria Carolina de Oliveira Rodrigues; e sobre a experiência da Fundação Zerbini/Incor, com o diretor da Fundação Zerbini, Paulo Eduardo Moreira Rodrigues da Silva.

Foto de capa:

O coordenador-geral Fernando Coelho declarou ser uma ação estratégica, de grande impacto, que poderá definir os rumos do crescimento da Universidade
O coordenador-geral Fernando Coelho declarou ser uma ação estratégica, de grande impacto, que poderá definir os rumos do crescimento da Universidade
Ir para o topo