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No inverno, quando pessoas com doenças respiratórias lotam hospitais e postos de saúde, parece ser ainda mais importante conhecer pesquisas que procuram novos medicamentos para combater esse tipo de mal. A partir de um estudo sobre o potencial da inalação de compostos voláteis das colmeias no tratamento de problemas pulmonares, uma hoje doutora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Unicamp iniciou uma nova investigação. Em busca de descobrir os potenciais farmacológicos das substâncias presentes em colmeias de abelhas sem ferrão nativas do Brasil, a pesquisadora Mariana Budoia Gabriel concentrou-se, em sua tese, no estudo dos compostos voláteis extraídos de amostras de própolis e geoprópolis.

“A variedade de espécies sem ferrão é tão grande quanto são raros os estudos sobre essas abelhas”, afirmou Mariana Gabriel. Segundo a pesquisadora, alguns estudos apontam haver mais de 300 espécies, e outros até mais de mil. Daí seu interesse em pesquisar as espécies nativas e desenvolver um método padrão, para análise dos compostos voláteis, que permitisse novos estudos do tipo.

A tese “Caracterização química dos voláteis em própolis de abelhas nativas” apresenta a análise de 74 amostras de espécies de diversas regiões do país. A pesquisadora busca identificar as diferenças e semelhanças na composição dos voláteis do (geo)própolis entre diferentes espécies de abelhas em uma mesma região e também amostras das mesmas espécies, mas em regiões diferentes do Brasil, levando em conta as condições geográficas, climáticas e botânicas. O estudo identificou, por exemplo, que o (geo)própolis de cada espécie de abelha apresenta um aroma característico.   

A pesquisa indicou que a composição química volátil do (geo)própolis de abelhas nativas brasileiras é determinada principalmente pela espécie de abelha, mais do que pela flora regional onde as resinas são coletadas. Conhecer a composição é um grande passo para novos estudos que avaliem o potencial farmacológico desses compostos. Para isso é necessário continuar estudando a diversidade de espécies do Brasil com o objetivo de identificar as aplicações farmacêuticas dos compostos voláteis. 

Assista à reportagem do programa Vida em Pesquisa:

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