Pesquisador da Unicamp é um dos coordenadores de programa que busca entender o comportamento da Floresta Amazônica sob quantidades elevadas de CO2; simulação de cenário possível nos próximos anos
Ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, e também financiado pelo governo britânico, o AmazonFACE é um programa científico realizado em uma área cedida pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, o INPA, nas proximidades do município de Manaus.
A iniciativa tem coordenação do INPA, representado pelo pesquisador Beto Quesada; da Unicamp, com o professor e pesquisador David Lapola; e do Met Office, com Andy Wiltshire e Richard Betts.
Trata-se de um experimento de campo de alcance sem precedentes, que irá expor uma área da floresta madura na Amazônia a uma concentração de CO2 prevista para o futuro.
Um maior conhecimento sobre o funcionamento da maior floresta tropical do mundo à luz das mudanças climáticas e o uso desse conhecimento para orientar políticas sobre mitigação e adaptação fazem parte do legado que o programa tenta estabelecer.
Em novembro do ano passado, David Lapola, que é coordenador do AmazonFACE pela Unicamp, onde também coordena o Cepagri, foi convidado para uma reunião do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – o IPCC na sigla em inglês -, órgão da ONU, em Kuala Lumpur, na Malásia.
Este ano, ele foi nomeado para ser um dos autores principais do capítulo 8 – “Mudanças abruptas, eventos de baixa-probabilidade e alto impacto e limites críticos, incluindo pontos de não-retorno, no sistema terrestre”, que estará na sétima edição de uma publicação do IPCC, com previsão de lançamento para 2028. Nessa entrevista ao Direto na Fonte, o professor Lapola detalha a questão do Tiping Point, ou Ponto de Não-Retorno em português, e o programa AmazonFACE.