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Cultura e Sociedade

Exposição no CIS-Guanabara propõe novos olhares sobre cultura e periferia

A mostra é assinada pelo artista Rapahel Escobar, reconhecido por seu trabalho no centro de São Paulo, especialmente na região da Cracolândia

O CIS-Guanabara, espaço cultural da Pró-Reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (Proeec), recebeu na última quinta-feira (10) a abertura da exposição Direito À, do artista Raphael Escobar. A mostra, realizada em parceria com o Museu de Artes Visuais (MAV) da Unicamp, convida o público a repensar as concepções tradicionais a respeito da arte e a refletir sobre os direitos invisíveis e as realidades periféricas. A exposição fica em cartaz até o dia 13 de maio, com visitação gratuita.

Reconhecido por seu trabalho no centro de São Paulo, especialmente na região da Cracolândia, Escobar utiliza a arte como ferramenta de escuta e visibilidade dos territórios marginalizados. A série Direitos, que dá nome à exposição, reúne faixas e cangas com dizeres provocativos, como “Direito à Preguiça”, “Direito à Inadimplência”, “Direito à Loucura” e “Direito ao Prazer”. As obras questionam quais direitos deveriam existir para além daqueles previstos em lei.

O diretor do MAV, Gabriel Zacarias, conta que conheceu o trabalho de Escobar em outubro do ano passado, justamente a partir dessas cangas. A parceria resultou na montagem conjunta da exposição. “O trabalho do Escobar é muito consistente e dialoga diretamente com o território e as histórias que nele existem. Ele questiona essa lógica de que é preciso levar cultura para as periferias, quando na verdade a cultura já está lá. O papel da arte é abrir espaço para essa cultura se manifestar”, destacou o professor.

A exposição convida o público a repensar as concepções tradicionais a respeito da arte e a refletir sobre os direitos invisíveis e as realidades periféricas
A exposição convida o público a repensar as concepções tradicionais a respeito da arte e a refletir sobre os direitos invisíveis e as realidades periféricas

Para o estudante Vitor Brasil, da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Unicamp, a proposta do artista é necessária e merece ser valorizada. “É muito fácil falar que o país precisa de mais cultura em vez de reconhecermos o que já existe aqui. Tem muita coisa que não conhecemos, e trabalhos como esse nos proporcionam repertórios diversos”, afirmou.

Além da exposição, a Direito À realizará também atividades de criação coletiva. Nos dias 16 e 23 de abril, o CIS-Guanabara sediará oficinas artísticas que convidam o público a criar suas próprias faixas e seus próprios manifestos sobre os direitos que gostariam de reivindicar. “Essas oficinas são fundamentais para o trabalho. Elas ampliam a série Direitos a partir da vivência do público. Já tivemos criações como ‘Direito à Minha Mãe Ter Folga em Dia de Sol’ ou ‘Direito à Dignidade’. É sempre muito potente”, contou Escobar.

As atividades ocorrerão sob a supervisão dos artistas Bruno Oliveira e Kauê Garcia, que trazem suas trajetórias e experiências pessoais para as oficinas, ampliando as possibilidades de criação. As vagas são limitadas, e as inscrições podem ser feitas pelo e-mail: secremav@unicamp.br. A exposição segue em cartaz até o dia 13 de maio, quando acontecerá uma apresentação do coletivo Pagode na Lata, grupo de samba formado por trabalhadores e usuários de entorpecentes da Cracolândia.

A programação inclui duas oficinas artísticas com Raphael Escobar, nos dias 16 e 23 de abril
A programação inclui duas oficinas artísticas com Raphael Escobar, nos dias 16 e 23 de abril

Serviços

A exposição Direito À fica em cartaz no CIS-Guanabara até o dia 13 de maio. A visitação é gratuita.

Oficinas artísticas:

16 de abril de 2025, das 14h às 18h – com Bruno O. e Raphael Escobar (20 vagas)

23 de abril de 2025, das 14h às 18h – com Kauê Garcia e Raphael Escobar (20 vagas)

Encerramento:

13 de maio de 2025, às 18h – apresentação do coletivo Pagode na Lata
 Inscrições para as oficinas: secremav@unicamp.br

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