Cerca de 1,3 mil estudantes e professores de todos os estados do país participaram da grande final da 16ª edição da Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB), que será realizada nos dias 24 e 25 de agosto, na Unicamp. No sábado, as equipes fizeram uma prova dissertativa e, no dia seguinte, participaram da cerimônia de premiação.
A 16ª edição da ONHB recebeu um número recorde de inscritos, com 51,2 mil grupos. A participação ocorre em equipes formadas por um professor de História e três estudantes do Ensino Fundamental (8º e 9º anos) ou Médio de escolas públicas e particulares. Pela primeira vez, a inscrição foi gratuita para estudantes de escolas públicas.
O Ceará é o estado com maior número de equipes finalistas: 93 no total, seguido por Bahia, com 43 grupos, Pernambuco, 31, e Minas Gerais, com 30. São Paulo soma 29 equipes classificadas, seguido pelo Rio Grande do Norte, com 13, Rio Grande do Sul, com 11, Paraíba, com nove, e Paraná com 8 grupos. Goiás, Santa Catarina e Sergipe classificaram sete equipes cada. Alagoas, Amapá, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Tocantins contam com quatro grupos cada na final. Com três equipes cada, estão Acre, Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Piauí e Roraima.
Neste ano, uma das preocupações da coordenação foi com as equipes do Rio Grande do Sul. Por conta das enchentes, o início da ONHB foi adiado em uma semana. Apesar da calamidade enfrentada pelo estado, o Rio Grande do Sul terá uma expressiva participação na final.
Os estudantes participaram de seis fases online realizadas entre maio e junho. Com um formato original, cada etapa da Olimpíada tem uma semana de duração e prevê questões de múltipla escolha e realização de tarefas. A proposta é que as equipes pesquisem e discutam as questões apresentadas, tendo a oportunidade de aprender durante a participação.
Para a fase final, as equipes finalistas realizaram uma prova dissertativa no sábado (24/8) e, no domingo (25/8), participaram da cerimônia em que foram entregues 75 medalhas de ouro, prata e bronze, além de medalhas de honra ao mérito.
Representatividade durante a grande final
A coordenação da ONHB garantiu a representatividade de todos os estados na final. Dessa forma, para cada estado, foram convocadas equipes dos ensinos fundamental e médio e, no mínimo, dois grupos de escolas públicas.
Outra mudança importante aplicada em 2024 foi a separação da concorrência das equipes por níveis. Ou seja, os grupos formados por estudantes do ensino fundamental competiram com equipes do ensino fundamental, e os grupos formados por estudantes do ensino médio competiram com equipes do ensino médio.
Para a final, foram convocadas 229 equipes do ensino médio e 111 do fundamental, respeitando a proporção dos inscritos por nível de ensino.
Para a coordenadora do projeto e professora do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, Cristina Meneguello, esse novo formato trouxe maior equilíbrio entre os participantes.
“A prova é elaborada de forma que todos os alunos, de diferentes níveis, sejam capazes de resolver questões e tarefas, uma vez que a ONHB tem um formato que não exige que os participantes saibam o conteúdo previamente. No entanto, a separação por níveis era uma demanda dos professores, e avaliamos que essa mudança proporcionou uma concorrência mais equilibrada”, disse.
A ONHB também faz parte do edital de vagas olímpicas, que permite ingresso em cursos de graduação da Unicamp, sem a necessidade de fazer o vestibular.
Outra novidade neste ano é a oferta de bolsas de Iniciação Científica Júnior, do CNPq, para estudantes de escolas públicas que tiverem participado da ONHB. Os estudantes serão selecionados de acordo com os critérios estabelecidos pelo CNPq. As bolsas têm valor de R$ 300 mensais e duração de 12 meses. Como contrapartida, os alunos contemplados deverão participar de, ao menos, um dos projetos da ONHB realizados em 2024 e 2025.
Sobre a ONHB
O projeto é realizado com apoio do Departamento de História da Unicamp, da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec), do Serviço de Apoio ao Estudante (SAE) da Unicamp, da Associação Nacional de História (Anpuh) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Conta também com a participação de docentes universitários, alunos de graduação, mestrandos e doutorandos.