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Atualidades

Programa da Unicamp para redução de violência em escolas será implantado em São Paulo e Vitória

'EntreNós: convivência ética e democrática nas escolas e na sociedade' será realizado em instituições que oferecem as séries finais do ensino fundamental

O prefeito Ricardo Nunes (à esquerda) e o reitor Antonio Meirelles (o primeiro do lado direito), o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini participou remotamente: o prazo de vigência do convênio é de cinco anos
O prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (à esquerda) e o reitor Antonio Meirelles (o primeiro do lado direito), o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini participou remotamente: o prazo de vigência do convênio é de cinco anos (Foto: Divulgação)

Um programa da Faculdade de Educação (FE) da Unicamp, voltado para o enfrentamento da violência e a promoção da convivência pacífica no ambiente escolar, será implantado em escolas das redes municipais de São Paulo (SP) e Vitória (ES). O convênio sobre o programa foi assinado nesta segunda-feira (1º) pelo reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, e pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes. O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, participou do evento remotamente. O acordo com a prefeitura da capital capixaba havia sido firmado no dia 25 de junho. Esse é o primeiro convênio de pesquisa, desenvolvimento e inovação realizado pelas duas prefeituras.

Concebido ao longo de quatro anos, o programa EntreNós: convivência ética e democrática nas escolas e na sociedade será implantado em instituições que oferecem as séries finais do ensino fundamental. Em São Paulo, serão aproximadamente 550 unidades de ensino e, em Vitória, 50, segundo a coordenadora do programa e professora da FE, Telma Vinha.

Além de professores da própria Unicamp, estudantes de graduação e de pós-graduação, o programa contará com a participação de pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Fundação Carlos Chagas. O prazo de vigência do convênio é de cinco anos.

De acordo com Vinha, houve um aumento expressivo no número de conflitos e de casos de violência nas instituições educacionais nos últimos anos. Além disso, lembra a professora, o Brasil tem enfrentado um crescimento alarmante na quantidade de ataques de violência extrema em escolas, gerando um ambiente de temor, ansiedade e insegurança. (confira relatório)

A estrutura do programa, flexível, prevê adaptações, em um processo construção com as secretarias de educação e os gestores
A estrutura do programa, flexível, prevê adaptações, em um processo construção com as secretarias de educação e os gestores (Foto: Antonio Scarpinetti)

Para a educadora, os problemas de convivência nas escolas, quando não trabalhados de maneira preventiva, podem prejudicar o desenvolvimento de crianças e adolescentes e afetar o clima escolar, as práticas pedagógicas e as relações interpessoais.

“Só que essas dificuldades não serão resolvidas com processos de disciplinarização e controle das escolas, nem a qualidade da convivência será transformada por cursos autoinstrucionais on-line, cartilhas ou manuais”, argumenta Vinha. “As propostas precisam mudar a cultura das escolas e redes, promovendo a ampliação da eficácia coletiva, da colaboração e das relações de confiança e de cuidado”, afirma.

Por conta disso, diz, o programa prevê o desenvolvimento de um modelo inovador de transformação pessoal e coletiva criado especificamente para ser implementado em grande escala.

O processo de implantação do programa prevê uma série de ações institucionais coordenadas e complementares entre si – como rodas de diálogo ou assembleias, espaços para mediação de conflitos, ações de combate ao bullying, equipes de ajuda, momentos sistematizados para trabalhar com os alunos os procedimentos sociomorais e emocionais, equipes de convivência e a elaboração de planos de convivência.

A estrutura do programa, flexível, prevê adaptações, em um processo construção com as secretarias de educação e os gestores com o objetivo de adequar as medidas aos contextos e necessidades das escolas e redes. Além das equipes das secretarias de educação e de órgãos regionais, o modelo adotado envolve a participação de gestores, professores, estudantes, funcionários das escolas e familiares dos alunos.

Segundo Vinha, a construção da metodologia contou com a colaboração de pesquisadores nacionais e internacionais, baseando-se em investigações e conhecimentos gerados em projetos de intervenção realizados anteriormente. A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e a de Vitória estão firmando um acordo de cooperação por conta do convênio, e todos os materiais e metodologias usados estarão disponíveis ao público, podendo ser utilizados por qualquer rede ou escola.

“Esperamos, com esse convênio, contribuir para o enfrentamento e prevenção dos casos de violência, assim como para a promoção de uma cultura nas escolas em que a convivência seja cada vez mais ética, democrática e cuidadosa”, afirma a professora.

Prefeitos de São Paulo Ricardo Nunes e, de Vitória, Lorenzo Pazolini (telão), reitor da Unicamp Antonio Meirelles e demais participantes da cerimônia de assinatura do convênio
Prefeitos de São Paulo Ricardo Nunes e, de Vitória, Lorenzo Pazolini (telão), reitor da Unicamp Antonio Meirelles e demais participantes da cerimônia de assinatura do convênio (Foto: Divulgação)

Promoção da harmonia e a não violência

Meirelles disse que uma ação como essa representa a reafirmação do compromisso da Unicamp com os valores democráticos. “Gostaria de destacar dois aspectos dessa atuação da Unicamp. O primeiro é a importância de promover a harmonia e a não violência no ambiente escolar, não só para que sejamos capazes de formar jovens cidadãos conscientes de seus direitos e deveres, como também por seu efeito positivo, para a melhoria do aprendizado de nossas crianças e adolescentes”, disse o reitor.

“Em segundo lugar, a felicidade de ver nossa Universidade dando continuidade a sua tradição de compromisso com os valores democráticos, agora em atuação junto às instituições de ensino de São Paulo e Vitória.” “Firmamos um convênio muito importante para fazer um trabalho preventivo nas unidades escolares”, disse Nunes.

O evento contou ainda com a presença dos secretários municipais de Educação de São Paulo, Fernando Padula Novaes, e de Vitória, Juliana Rohsner Toniati, do diretor associado da FE, professor Guilherme Toledo Prado, do professor Antônio de Oliveira Filho e de Giovana Emiliano, representante da Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp).

Leia mais:

Escolas registram explosão de casos de violência extrema em 2022 e 2023 – IDEA

Acesse o relatório produzido com coordenação de pesquisadoras da Faculdade de Educação: Ataques de violência extrema em escolas no Brasil: causas e caminhos – d3e

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