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Atualidades

Experimentalismo linguístico marca obra de Dalton Trevisan, diz Alcir Pécora

Considerado um dos maiores nomes da literatura brasileira, Trevisan faleceu no último dia 9 de dezembro, aos 99 anos

O experimentalismo linguístico feito com acontecimentos ordinários e marginais é um traço marcante da obra do escritor Dalton Trevisan, segundo a análise do crítico literário Alcir Pécora, docente do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp. “Embora essas sejam situações até penosas de ouvir, o Dalton recria estupros, incestos, situações muito difíceis… Ele faz isso de uma maneira tal que a ironia, às vezes, vira um humor até escrachado. E o leitor fica quase que cúmplice de um bandido ao achar graça”, acrescenta Pécora.  

Considerado um dos maiores nomes da literatura brasileira, Trevisan faleceu no último dia 9 de dezembro, aos 99 anos, tendo deixado uma vasta obra incluindo novelas e contos, entre os quais “O Vampiro de Curitiba”, o mais conhecido de todos. O escritor manteve uma vida reservada em Curitiba (PR), onde nasceu.

Foi por iniciativa de Pécora que o escritor recebeu, em 2012, o Prêmio Camões, uma das maiores distinções concedidas a autores de língua portuguesa. Um dos jurados do prêmio, o docente da Unicamp fez campanha pelo nome de Trevisan junto aos demais jurados portugueses. “Eu fiquei muito orgulhoso de dar o prêmio para ele porque, em princípio, ninguém estava pensando no seu nome. E, quando eu fui para o prêmio, eu fui convicto de que o Dalton era o nome, ou seja, de que era o maior escritor brasileiro vivo”, lembra o crítico. 

O Vampiro de Curitiba, como Trevisan ficou conhecido, também ganhou por diversas vezes o Prêmio Jabuti e, em 2011, o Prêmio Machado de Assis pelo conjunto da obra. 

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